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A adaptação rasteira que resultou em “Rainhas do Crime”

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Adaptação cinematográfica da graphic novel The Kitchen, criada pela dupla Ollie Masters Ming DoylRainhas do Crime lembra, em sua premissa, o recente As Viúvas, belo blockbuster de Steve McQueen. Mas a abordagem retórica das esposas que tomam o lugar dos maridos em negócios escusos é bem menos inspirada aqui.

Acompanhamos três donas de casa, que residem na Nova York de 1978, mais precisamente no bairro de Hell’s Kitchen (eis o motivo do nome da HQ). Quando seus maridos mafiosos são flagrados e levados à prisão por alguns anos, elas são deixadas sem recursos para seguir a diante sem os homens da casa. Assim, Kathy, Claire e Ruby decidem tomar para si as questões da máfia irlandesa e lidando com os negócios ilegais, e até assassinatos da concorrência.

Dirigido e corroteirizado por Andrea Berloff, o filme enfrenta um problema claro que reside exatamente em sua adaptação da HQ. A dinâmica da história lá é mal desenvolvida aqui. Por isso a trama – bastante rocambolesca e com viradas até interessantes – transcorre tão superficial e de maneira abrupta. Personagens importantes são resumidos a conclusões apressadas e algumas pontas soltas são ignoradas. Assim, restam às atrizes inflar a história com suas boas performances.

Melissa McCarthy, pós indicação ao Oscar de melhor atriz por Poderia Me Perdoar, dosa bem a leveza de sua interpretação atendendo bem as demandas dramáticas de sua personagem. Tiffany Haddish tem o carisma necessário para a curva dramática de sua Ruby, e Elisabeth Moss, com a melhor personagem, é um dos pouquíssimos lapsos inventivos do filme.

Por mais que o roteiro enfraqueça a potência da história provinda da série de quadrinhos da Vertigo (um braço da DC Entertainment), a condução de Andrea, com referências claras ao cinema setentista de Martin Scorcese, aliada ao trio de protagonistas, tornam o resultado uma boa matinê para adultos, só que bem mais inofensiva que merecia.

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