Comédia leve e delicada, A Outra História do Mundo é uma coprodução Uruguai-Brasil-Argentina, que nos leva à cidade uruguaia fictícia de Mosquitos, durante o período militar do pais. Nesse cenário chega o novo coronel na região e dois amigos, Gregorio Esnal (César Trancoso – do excelente “O Banheiro do Papa”) e Milo Striga, que resolvem roubar os anões do jardim da casa do recém-chegado. Só que Striga acaba preso e suas filhas Anita e Beatriz, junto com Esnal, não conseguem localizá-lo.
Daí, Esnal resolve dar aulas de História Universal para como plano de conscientizar as pessoas da cidade. Para isso, é necessário pedir permissão ao Coronel, que aceita desde que não se fale sobre nada a partir do Descobrimento da América. Valendo-se de seu carisma e de sua inteligência, ele sempre que pode menciona algum ancestral da família Striga, que já tinha uma fama peculiar na cidade, e junto com isso vai despertando em seus alunos pequenos momentos de liberdade.
Um dos grandes destaques da película é a sua fotografia e sua utilização em um jogo bem orquestrado de luz e sombras, que ganham força nos momentos de aulas de Esnal, que nos mostram imagens bem construídas e de rara beleza.
Destacam-se também as interpretações de César Trancoso, que traz o charme necessário para um personagem que tem diversas camadas, como se constata no luto que sofre quando o amigo é preso, até o momento em que tem a ideia de dar aulas e assim rememorar o amigo. Outro destaque na atuação é a filha mais velha de Striga, Beatriz, vivida por Natalia Mikeliunas, que transmite a coragem a força de uma irmã mais velha que tem que tomar conta da irmã no momento da prisão do seu pai e na ausência de sua mãe. É seu segundo filme e tem tudo para ter uma carreira interessante no cinema sul-americano.
A delicada comédia de "A Outra História do Mundo"
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