Após o desabafo emocionado do Camino, nada melhor que analisar melhor o que podemos esperar de Batman no Oscar e que manobras ainda podem ser feitas para que ele concorra a Melhor Filme.
Primeiro, as indicações:
– Melhor ator coadjuvante – Heath Ledger
– Melhor Direção de Arte
– Melhor Fotografia
– Efeitos Especiais
– Melhor Montagem
– Melhor Edição de Som
– Melhor Mixagem de Som
– Melhor Maquiagem
Ou seja, sete indicações a prêmios basicamente técnicos, que não avaliam a qualidade do roteiro do filme, sua direção ou qualquer coisa parecida, dando mais ênfase, como sempre, as indicações técnicas a fim de garantir pelo menos a consolação dos produtores e fãs. Já a nomeação de Heath Ledger como Melhor ator coadjuvante é mais do que merecida em razão do monstro que ele trouxe a tela.
O problema que, ao fazer isso, a Academia chamou os fãs de idiotas porque se, por um lado não quer aceitar que o filme tenha indicações em categorias ditas mais nobres porque é um filme de herói, por outro, indica e praticamente entrega um prêmio póstumo a um ator que soube interpretar perfeitamente aquilo que o roteiro criou para ele. Ele teve seus méritos, mas ele não improvisou todas as falas do personagem.
Em relação a ganhar estes prêmios pelos quais ele foi indicado, pelo menos ator coadjuvante, fotografia, edição e mixagem de som devem ser os mais prováveis de se obter uma vitória.
Agora, existe uma manobra chamada Write-In usada em 1936 para dar o Oscar de Melhor Fotografia para Hal Mohr por Sonho de uma Noite de Verão. Basicamente, os votantes da Academia ignoram as cinco opções dadas pelos indicados e escrevem seu preferido (write-in). Só que essa regra não se aplica a Melhor Filme e o voto é anulado.
O que se pode esperar é que, quem sabe, Christopher Nolan ganhe seu troféu de melhor diretor ou até de melhor roteiro adaptado. Mas é aquela coisa, dificilmente ocorrerá o Write In em razão da Academia ser um tanto quanto conservadora em relação a esse tipo de atitude e filme. Eu, de qualquer forma, fico feliz com a possibilidade de Ledger ganhar seu Oscar póstumo.
J.R. Dib