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Closed Curtain traz o Irã invisível à mídia

jafar_panahi_afp_Segundo trabalho que o iraniano Jafar Panahi traz, desde que conseguiu enviar ao Festival de Cannes num pendrive Isto não é um filme (2011), Closed Curtain (Pardé, em persa, é mais um grito de apelo ao mundo do que ocorre com aqueles que não concordam com o regime islâmico do Irã. O filme competiu em Berlim, ganhando o Urso de Prata como melhor roteiro e que será exibido durante o Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha, no espaço especial do festival para novas narrativas, intitulado Noves Visions de Sitges 2013, dedicado este ano ao diretor vítima de censura do governo de seu país.

A película é uma bela fantasia alegórica sobre o Irã contemporâneo, intelectualmente complexa e cheia de referências metafóricas em alusão à proibição que o cineasta padece perante a ameaça de prisão do regime, e realizar cinema durante os próximos vinte anos. O filme também critica a conjuntura política que o governo implantou ao controlar toda e qualquer produção artística, execrando muitos nomes à censura, à melancolia da prisão domiciliar e à tristeza de não poder escrever, dirigir, pintar ou filmar sua arte.

Traduzindo o título literalmente como Cortina Fechada, o último trabalho de Panahi, além de ser um exorcismo autobiográfico, como o crítica espanhola M. J. López considerou em sua análise, vai bem além, chafurdando na repressão dos direitos das mulheres iranianas.

kq_closed-curtain-wide-360x0O protagonista (Kambozia Partovi), um enigmático escritor que chega a uma casa isolada frente ao mar Cáspio junto com seu clandestino cachorrinho, Boy.  Para ocultar sua identidade, raspa a cabeça e encobre as janelas com espessas cortinas. Numa noite, dois desconhecidos, Melika e seu irmão, Reza, irrompem na casa, e confessam que estão em perigo, que a Polícia está em seu encalço por assistirem uma festa ilegal numa praia próxima regada a muito álcool. Quando o autor pede que procurem outro lugar para se esconder, o irmão decide buscar um carro e solicita que durante sua ausência não perdesse de vista sua irmã, pela vulnerabilidade e seus impulsos suicidas.  Pouco a pouco, a moça começa a importunar o escritor, atitudes que o levam a pensar que é alvo de espionagem. E daí para o final do filme, você se surpreende  pela forma que um artista visionário como Panahi mostra seu espírito que silenciosamente se recusa ceder à censura apesar de seu confinamento físico e artístico. Uma meditação sobre ficção e realidade que merece nossa atenção, ambrosianos. O que é interessante, a forma que chegou por aqui, nestas paragens do Ceará, da mesma forma que o diretor levou a Berlim num DVD. Para um primeiro filme do Irã assistido por mim, gostei, e olha que sou um cara que gosta de Fantasia e Ficção Científica, mas Closed Curtain abriu minha cortinas para este gênero. Assistam e comentem aqui, pessoal!

 

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