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Crítica: "Magia ao Luar" é mais uma bela ilusão de Woody Allen

O aclamado diretor Woody Allen vem há décadas conquistando público com seus filmes que lidam com situações existenciais de uma forma mais suave e que ainda assim possuí um conteúdo singular. Com diálogos riquíssimos e sempre com um humor fino porém afiado, filmes como “Manhattan”, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, “Hannah e Suas Irmãs”, entre outros, pavimentaram de forma concreta a estrada para que Allen pudesse caminhar com tranquilidade.
Contudo, desde que o diretor entrou no que passou a ser conhecido como a “fase europeia” tem cometido deslizes atrás de deslizes, salvo alguns títulos. A fase deu-se início em 2005 com “Ponto Final: Match Point” e ainda não terminou. De lá para cá, Allen vem alternando suas preferências em atuações, mas Scarlett Johansson ainda tem o título de queridinha por ter participado de três filmes.
Woody já foi para Barcelona, Roma, Paris e agora, em “Magia ao Luar” desembarca novamente na França, mas dessa vez na Riviera da década de 20.
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O ilusionista Wei Ling Soo (Colin Firth) é famoso por seus espetáculos de mágica que lotam todos os principais teatros da Europa. Porém, de oriental, ele não tem nada. Wei Ling Soo é na verdade Stanley, um britânico de meia idade, pessimista, grosseiro e um tanto pedante. Um noite, após ter se apresentado, ele recebe em seu camarim Howard (Simon McBurney), um velho amigo que lhe pede um favor: ajudá-lo a desmascarar uma médium farsante. Stanley prontamente aceita o desafio e segue em direção à Riviera Francesa com o pretexto de visitar sua tia Vanessa (Eileen Atkins) e auxiliar o amigo.
Ao chegar na residência dos Catledges, Stanley, que está se passando por outra pessoa, conhece Sophie Baker (Emma Stone) que lhe pergunta se ele acabou de chegar da China, deixando-o um tanto assustado. Ainda assim, não se convence com o dom da menina que conseguiu encantar Brice Catledges (Hamish Linklater) e está prestes a ser pedida em casamento. Os dias passam, e Stanley convive cada vez mais com a jovem a fim de desvendar o mistério, mas, seus esforços são em vão, pois aos poucos ela vai derrubando a barreira sisuda e cética do ilusionista, transformando-o em alguém mais agradável, o que poderá ser a alegria ou ruína de Stanley.
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Mesmo com um roteiro deliciosamente irônico e atuações no mínimo corretas, “Magia ao Luar” pode ser considerado fraco se comparado aos demais trabalhos do diretor e roteirista. Com uma atmosfera saudosista, cenários magníficos e figurinos de cair o queixo, Woody tenta, e talvez consiga, iludir o espectador com tantos artifícios para que o mesmo não perceba a fragilidade do enredo.
É difícil de identificar o propósito real do personagem. Se ele quer acreditar na mediunidade, encontrar um amor verdadeiro, provar que sempre esteve certo ou se simplesmente tudo isso ao mesmo tempo. Colin Firth, como sempre, desempenha seu papel com maestria.
A nova aposta do diretor, como também de Hollywood, Emma Stone parece não se enquadrar no seu papel, apesar de tentar bastante. Sua química com Firth é inexistente em termos de romance, funcionando bem somente quando encaixado no contexto “tutor e pupila”.
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Se esbaldando em fontes conhecidas como “Manhattan” (há uma cena bem similar), a nova empreitada de Woody Allen é agradável, mas está bem longe de ser memorável. Se quiser sentir a “magia” que este filme falha em propor, aconselho que assista “A Rosa Púrpura do Cairo”, uma obra muito superior na carreira do cineasta.

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