Crítica: "Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário" serve apenas como tributo nostálgico

Crítica: "Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário" serve apenas como tributo nostálgico – Ambrosia
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‘Os guardiões do universo hão de vencer o mal / o seu destino é combater por um mundo ideal’ certamente evoca saudosismo com cheirinho de Nescau dos finais de tarde de meados dos anos 90 para quem hoje está na casa dos trinta. “Saint Seya”, que ficou conhecido no Brasil como Os Cavaleiros do Zodíaco, foi mais um certeiro tiro no escuro da extinta Rede Manchete, assim como ocorrera com Jaspion seis anos antes. Adaptação do mangá criado por Masami Kurumada, a animação do estúdio japonês Toei Animation virou uma verdadeira coqueluche e a linha de bonecos da Bandai se esgotava nas lojas de brinquedo como água no deserto. Os longas de animação exibidos nos cinemas também tiveram grande êxito nas bilheterias por aqui.
Agora chegou a vez de mais uma incursão dos cavaleiros de bronze e seus embates épicos nas telonas: “Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” (“Saint Seya – Legend Of The Sanctuary”, Japão/2014). A trama não apresenta nenhuma novidade à mitologia. O bebê Saori Kido, reencarnação de Atena, alvo da fúria do Grande Mestre, salvo pelo Cavaleiro de Sagitário chega a Terra e é adotado por um senhor. Ao completar dezesseis anos a menina deverá ser levada a seu templo, protegida pelos quatro cavaleiros de bronze: Seya, o cavaleiro de Pégasus, Shiryu, o cavaleiro do Dragão, Shun, o cavaleiro de Andrômeda e Hyoga, o cavaleiro de Cisne. Para isso eles devem passar pelas doze casas do zodíaco enfrentando os Cavaleiros de ouro.

Como fora dito, não é uma continuação ou um novo episódio na mitologia, e sim uma releitura, uma adaptação para as telonas que se cogitou inclusive ser live action. E de quebra, é claro, introduzir esse universo para a nova geração além de vender bonecos. O tom do filme como um todo é de um tributo, mas algumas liberdades são tomadas. As armaduras, por exemplo, têm um visual mais moderno, até com detalhes em neon que acendem em determinados momentos da ação.
Como toda a saga que na TV durou mais de 70 episódios é resumida em pouco mais de 90 minutos. Há supressões, as lutas, que muitas vezes duravam quase um episódio inteiro tiveram que ser bastante reduzidas, inclusive constam alguns duelos que não existiram na série animada. Mas a maioria dos embates é satisfatória e mantém o clima das pelejas originais. A produção também adicionou um tom mais humorístico, notadamente para amenizar o clima violento da trama. Que na verdade perde muito do desenho neste quesito. Havia muito mais sangue e dramaticidade na TV, Seya no filme apanha bastante, mas não chega perto dos massacres que sofria na série.

A técnica de animação adotada foi o CGI (que parece ser a opção preferida dos japoneses quando não querem fazer um anime, mas o orçamento não comporta um live action), o que poderia ser muito interessante como releitura, visando uma modernização visual, mas se comparado a outros exemplares que utilizam a mesma técnica o resultado beira o vexatório. O padrão é o estilo da animação Final Fantasy, que apesar da frieza, possuía o trunfo da inovação. Em ‘Cavaleiros’ o que vemos é obsoleto, fica atrás de muito cinematic de jogos de videogame.
Em última análise, esse Cavaleiros do Zodíaco repaginado pode agradar os não iniciados da nova geração e despertar a curiosidade nos fãs mais ardorosos, porém, os fãs antigos ficarão bastante incomodados com as supressões feitas. Alguns furos na trama, a superficialidade do script, e, principalmente, com a urgência com que são concluídas aquelas situações que levaram vários episódios para serem solucionadas. Para esses cabe aquele provérbio árabe que diz que “não se deve voltar a um lugar onde um dia fomos muito felizes”. Pelo menos a maioria dos dubladores são os originais na TV.

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