De fato, a franquia De Pernas Pro Ar é um sucesso. O diálogo conseguido com a classe média é certeiro. Menos até pela questão da libertação sexual que a história arranha (só arranha mesmo), mais pelo carisma da atriz Ingrid Guimarães, ainda que num material aquém de suas possibilidades. De Pernas Pro Ar 3 é assinado por Guimarães, Rene Belmonte e Marcelo Saback e já começa por uma aposentadoria voluntária de Alice (Ingrid).
Atendendo aos pedidos do marido João (Bruno Garcia), que pelo jeito, passou os três filmes querendo atenção, a CEO da empresa Sexy Delícia deixa a companhia sob o encargo da mãe Marion (Denise Weinberg) e volta para a vida doméstica e cotidiana. Até que Leona (Samya Pascotto, um achado), uma millennial, empreendedora, surge no mercado de brinquedos sexuais com uma proposta inovadora de realidade virtual, o que faz Alice reavaliar sua decisão.
A direção dessa continuação é da jovem Julia Rezende, diretora que tem bons serviços prestados ao cinema nacional como Ponte Aérea e Como é Cruel Viver Assim. Inclusive ela se notabilizou por outra franquia de humor, o simático Meu Passado Me Condena, além de ter sido assistente de direção no primeiro De Pernas Pro Ar.
Aqui, Julia desaparece na sanha do roteiro em tornar toda e qualquer situação levantada pelo plot da história em humor ligeiro e caricato. Mas ainda por opções técnicas bem problemáticas, como plano e contra-plano repetitivos e takes meramentes televisivos (ainda mais com parte do filme se passando no verão parisiense). Parece muito que Rezende dirigiu no piloto automático, cumprindo cronograma de uma jogo já (teoricamente) ganho.
Assim, por mais que Ingrid segure o filme nas costas de uma maneira geral – mesmo com Samya e Cristina Pereira como ótimas coadjuvantes – a comédia segue sendo uma história de uma piada só, preocupada apenas em manter a bilheteria distraída pela hora e meia que passa na telona. Prioridades, né?!
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