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“Enquanto Houver Amor” é sensível drama sobre começar de novo

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O que ainda não foi dito sobre divórcio no cinema? Da batalha judicial envolvendo crianças de Kramer vs Kramer (1979) até a questão do amor que sobrevive ao divórcio em História de um Casamento (2019), nos foram ditas as verdades: divórcios são traumáticos, estressantes, esgotadores. Por isso, recebemos com estranheza mais um filme sobre divórcio, Enquanto Houver Amor, mas nos rendemos a ele por causa de sua protagonista inquestionável: a sempre excelente Annette Bening.

Grace (Annette Bening), editora, e Edward (Bill Nighy), professor, são casados há quase 30 anos, mas as coisas não andam bem entre eles. Segundo Grace, Edward precisa ser mais presente no casamento, e por isso ela o provoca: para que ele abandone a apatia que predomina na vida a dois. Mas há razão para esta apatia. Edward chama o filho deles, Jamie (Josh O’Connor) para passar um fim de semana com eles e solta a bomba: quer se separar porque se apaixonou por outra pessoa.

O foco do filme é a maneira como Grace reage ao divórcio – bem mal, diga-se de passagem. Por causa da reação dela, Jamie passa a visitá-la com frequência, estreitando os laços entre eles e criando uma cumplicidade que antes parecia adormecida. O que Grace vive é um verdadeiro luto pela relação que acabou, mas ela sai deste luto com relativa facilidade e muita resiliência. E todo este drama de recomeços funciona graças ao talento de Annette Bening, que já foi indicada quatro vezes ao Oscar.

Edward é obcecado pelas campanhas de Napoleão na Rússia, famosas pela derrota do poderoso exército napoleônico pelo “General Frio”. Seu casamento com Grace atingiu o mesmo ponto dessas campanhas, o ponto de não-retorno, e Edward insiste em contar para seus alunos como os soldados tiravam as roupas de seus companheiros que estavam morrendo de frio para assim terem alguma chance de escaparem vivos. Foi isso que Edward fez com seu casamento: abandonou-o nu no frio e foi em busca de braços mais quentes. Em momento algum o filme apresenta julgamento dos personagens, mas o foco em Grace faz dela a personagem mais simpática para nós.

William Nicholson, diretor e roteirista de Enquanto Houver Amor, teve a primeira inspiração para o filme com o divórcio de seus próprios pais, e desde então desejou escrever sobre sua experiência ao ver a própria família se dissolvendo. O diferencial, aqui, é a presença de filhos adultos também tomados pela roda-viva do divórcio. Nas palavras de Nicholson: “Nós tendemos a agir como se o divórcio fosse devastador para crianças pequenas, mas bom para adultos. Não é. Se você cresceu e seus pais se separaram, isso faz você repensar a base da sua infância.”

William Nicholson e Annette Bening

Voltamos à pergunta inicial: o que ainda não foi dito em um filme sobre divórcio? A perspectiva dos filhos adultos, a verossimilhança nas situações por ser inspirado em uma história real, a volta por cima de uma personagem simpática. Sim, quase tudo isso já foi mostrado no cinema, mas é a união de ingredientes que faz Enquanto Houver Amor este pequeno filme cheio de sensibilidade.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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