A Mônica cresceu e foi morar com o crush – e ele não é o Cebolinha! Explicando: Giulia Benite, a atriz que despontou como a protagonista dos filmes baseados nas aventuras criadas por Mauricio de Sousa, agora segue sua carreira com um filme juvenil sem grandes surpresas, mas que diverte e chega a emocionar.
Luana (Giulia Benite) se interessou por Hugo (Vitor Figueiredo) desde a primeira vez em que o viu. Por isso, cai como uma bomba a notícia de que o pai dela, Fábio (Marcos Pasquim), e a mãe dele, Antônia (Carina Sacchelli), estão namorando e mais: como colegas de trabalho, foram transferidos para uma pequena cidade interiorana. Ainda não acabou: eles alugaram uma única casa e terão de viver juntos como uma família. Está satisfeito? Pois tem ainda mais: para conseguirem vaga na escola e no clube locais, precisam mentir dizendo que Luana e Hugo são irmãos gêmeos.
Eles terão mais dificuldade para performar a mentira para os vizinhos: um médico, a diretora da escola local e seus três filhos, Priscila (Júlia Olliver), Edu (Ryancarlos de Oliveira) e Tetê (Sara Alves). Priscila gosta de cara de Hugo e Edu de Luana. Além disso, Priscila acabou de ganhar de presente uma câmera fotográfica profissional, e ela usa o zoom do equipamento para ficar bisbilhotando a vizinhança.

Em entrevista para a imprensa, Giulia define sua personagem como “apaixonante” e diz que sente que cresceu com ela, pois estava interpretando uma personagem diferente de todas as outras de sua carreira. Vitor Figueiredo, veterano em novelas, estreia no cinema como protagonista de “Morando com o Crush” e definiu a experiência como “intensa”. Ambos elogiaram a direção segura do também veterano Hsu Chien, que conta que fazia questão de perguntar a seus atores se os adolescentes se comportavam de maneira fidedigna na tela.
Carina Sacchelli definiu os personagens Fábio e Antônia como aventureiros, muito mais ousados que seus filhos adolescentes. Eles decidem mudar radicalmente de vida e se jogam num relacionamento que vai do nada para uma união estável em questão de horas, já que eles haviam mantido a relação secreta para os dois filhos. São eles também que primeiro aceitam a mentira de que seus filhos são irmãos gêmeos, para manter os dois na mesma escola. Enquanto abraçam a mudança, Luana e Hugo resistem a ela, mas acabam aprendendo a surfar a mesma onda que seus pais.

A vilã do filme, ainda que caricata por causa da atuação iniciante, é Priscila, que não apenas espiona os vizinhos, mas também coloca a irmãzinha para ajudá-la. Há ainda conflito entre Fábio e Antônia por causa da comida natureba que ela prepara e que ele abomina. A questão da comida serve para definir a vocação de Luana, enquanto o conflito principal é resolvido muito rapidamente nos quinze minutos finais.
Despretensioso, “Morando com o Crush” não vem para nos ensinar uma lição ou nos inspirar a agir diferente. É diversão inofensiva para a moçadinha que está aí, ávida por mais conteúdo com a sua cara. E a cara da juventude está bem representada neste delicioso pequeno filme.
Comente!