Movie Tunes chega a sua segunda edição com um dos filmes que eu considero um dos maiores ícones dos anos 80 e da cultura nerd: Os Garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987).
Primeiramente, qualquer um que já jogou Vampiro: A Máscara já deve ter pensado de que clã aquele grupo de vampiros era e com certeza algum mestre deve até mesmo ter inserido uma aventura em alguma comunidade litorânea com direito a trilha sonora do filme rolando no fundo.
Somando-se a isso temos um dos melhores elencos juvenis de todos os tempos: Jason Patric, Kiefer Sutherland (48hs), Corey Haim, Corey Feldman e Jemi Gertz. Além destes, a veterana Dianne Wiest (Footloose e A Rosa Púrpura do Cairo) fazia o contra ponto nesta história de rebeldia adolescente que descambava para o terrir (terror + comédia), afinal de contas, cada uma das frases do filme eram hilariamente sérias, que nem Rambo!
Para os fãs de Sessão da Tarde, esse é um daqueles filmes que podem ser vistos a qualquer hora e qualquer momento porque sempre será divertido, especialmente por causa de algumas cenas muito legais envolvendo o grupo de vampiros liderados por Sutherland (que tinha entre os atores um modelo de cuecas e dois atores de menor nome).
Seguindo a tradição, começaremos com as músicas mais famosas da trilha sonora, sem seguir exatamente a ordem em que elas aparecem no filme ou na trilha original.
Primeiro e mais importante:
Cry Little Sister – Gerard McMann
O que dizer desta balada que dá todo o ritmo e é a principal música do filme. McMann era o nome artístico de G Tom Mac. Nunca ouviu falar dele? Nem eu! Pois é, ao que parece G Tom Mac é um músico indie (indie = que não gosta de gravadoras e nem de tomar banho) que era meio famoso na época.
A música só ficou famosa por causa do filme e o cara é tão bom que teve que regravar ela duas vezes nos últimos 10 anos. Uma na sua coletânea intitualada “Thou Shall Not Fall” e outra para a continuação de Lost Boys, agora em versão rock industrial no estilo de Nine Inch Nails, e advinhem só, ele usa os vocais originais sobre um sample novo. Lamentável.
Porém o que não é lamentável é que realmente esta música é um clássico dos anos 80 e deve ser respeitada por isso, como todos os outros clássicos de bandas de um hit só (one hit wonders).
INXS – Good Times e Laying Down The Law
A banda australiana INXS tinha duas músicas na trilha sonora de Lost Boys: Good Times e Laying Down The Law, ambas cantadas por Michael Hutchence e Jimmy Barnes. Good Times foi nº1 nas paradas australianas e ajudou a alavancar seu disco “Kick”, um dos melhores discos dos anos 80, com sucessos eternos como “Never Tear Us Apart”. Michael Hutchence foi eleito em diversas eleições como o melhor vocalista pop dos anos 80 e um dos melhores de todos os tempos.
No vídeo de Good Times dá para se perceber isso. Pena que ele foi encontrado enforcado com um cinto nos anos 90, o que gerou a especulação que ele morreu devido a um ritual de bondage chamado Asfixiologia.
Percebe-se que o clima da trilha varia muito das coisas soturnas aos temas mais alegres e felizes por assim dizer. Meio como que se comparando dia e noite, a vida dos vampiros e dos meros mortais ou caça. A próxima com certeza é dark:
Lou Gramm – Lost in the Shadows
Não reparem que ele era vocalista do Foreigner (I Wanna Know What Love Is e mais uma penca de baladas românticas) e que o clipe parece ser de Mad Max e a Cúpula do Trovão, Lou Gramm tinha uma voz mucho louca e essa música é a trilha de uma das melhores cenas do filme envolvendo uma corrida de motos entre Michael e os vampiros.
Essa cena em questão foi filmada com apoio de Kiefer Sutherland, um aficcionado por motos, que além de dirigir as motos em certos momentos, até mesmo ajudou a coreografar ela, pena que os produtores não deixaram ele fazer todas as cenas.
Além destas músicas originais para o filme, alguns clássicos foram regravados para a trilha.
Don’t Let The Sun Go Down On Me – Roger Daltrey
O vocalista do The Who não tinha mais uma banda para ficar girando seu microfone enquanto Pete Townshend destruía sua guitarra e Keith Moon se entupia de remédios. Então chamaram ele para cantar o clássico DLTSGON de Elton John. A versão de Daltrey é mais sisuda, mas seus vocais fazem a diferença em uma música que poderia ser muito sem graça sem a voz de Elton John.
People Are Strange – Echo and The Bunnymen
Sinceramente, eu prefiro essa versão à versão original do The Doors e sendo um fã de ambas as bandas, ninguém pode me acusar de preterir uma em função da outra. A versão que está na trilha é maior que esta do clipe abaixo, portanto não me venham reclamando do corte repentino nela:
Mr. Lips manda muito bem nela. Ser fã de Echo and the Bunnymen é algo diferente, afinal de contas é uma banda que há pelos menos 20 anos não solta uma música legal. Eu só gosto deles por causa dos clássicos dos anos 80, mas ainda assim, sou fã. É diferente de ser fã de The Doors, afinal, o Jim Morrison morreu há mais de 30 anos, ou seja, a banda não tem como soltar nada novo porque o principal artísta e poeta morreu.
I Still Believe – Tim Capello
O canastrão bombadão multi instrumentista Tim Capello regravou essa música de uma banda chamada The Call que sinceramente era um lixo. A versão de Capello pelo menos tem um saxofone legal e Capello sabe entregar a música. O grande problema dessa música é a imagem de Capello:
O grandalhão suado com o saxofone na mão é ele. Para os mais velhos, segue a dica. Vejam o clipe de “We Don’t Need Another Hero” de Tina Turner e reparem no cara que faz o solo de sax no clipe: É O CAPELLO!!
Ele foi multi instrumentista dela durante os anos 80 e era dito que ele era totalmente louquinho, inclusive ao ponto de andar com um macaco de pelúcia e apresentar ele para as pessoas como sendo de verdade.
Walk This Way – Aerosmith & Run DMC
A regravação feita pelo Run DMC com a ajuda do Aerosmith toca durante um banquete dos vampiros sobre os surfistas nazistas (Surf Nazis Must Die é o nome de um filme de 1987 também). E, apesar de ser do próprio Aerosmith, entra na categoria regravação porque ficou melhor que o original. Afinal de contas, o legal da música é o Riff de Joe Perry, que foi muito bem aproveitado pelo povo do Run DMC.
O clipe é bem legal também, mas ao que parece o Youtube foi proibido de autorizar a reprodução nos sites (o famoso embed), o que me leva a pedir para aqueles que queiram ouvir a música, que cliquem aqui.
Chegando ao final da trilha, “Power Play” e “Beauty Has Her Way” fecham as músicas pops do disco. São boas, mas não se aproximam da qualidade das outras.
Por fim, a parte instrumental, especialmente falando das músicas do parque de diversões e calçadão da praia foram feitas por Thomas Newman no comecinho de sua carreira. Para quem não sabe, ele foi o responsável pela trilha sonora original de filmes como “Perfume de Mulher”, “Gung Ho”, “Em Busca de Liberdade”, “Encontro Marcado”, “Estrada Para Perdição”, “Beleza Americana” e mais recentemente “WALL-E”.
Recentemente Lost Boys ganhou uma continuação que eu massacrei aqui no Ambrosia porque é tudo que não se quer de uma continuação, sem contar que ela desrespeita todas as regras sagradas das continuações. Pena que tenha gente que ficou desempregada e precisa ver se ganha uns trocados.
Agora começaram a especular um Lost Boys 3 e eu sinto muito medo. O interessante que houve um roteiro rodando os corredores de Hollywood de uma continuação que se chamaria Lost Girls e teria David (Kiefer Sutherland) sobrevivendo ao primeiro filme e a aparição de um novo grupo, só que agora só de vampiras. Não foi para frente como vocês podem perceber e quando ele caiu no esquecimento, muitos fãs comemoraram pois o status do primeiro filme estava sendo respeitado. Agora, fazem essa abominação de continuação e querem mais, dependendo das vendas do filme em DVD. Fala sério!!!
Espero que Lost Boys permaneça sendo um dos filmes mais cults de todos os tempos, um dos melhores exemplos de como uma produção bem feitinha (Joel Silver, quem mais?) faz toda a diferença em um filme que poderia ser um lixo. Isso sem contar em ótimas escolhas para uma das melhores trilhas sonoras do cinema pop de todos os tempos.
J.R. Dib
quando eu vi esse filme a primeira vez , fiquei intrigada com a forma com q ele te levava pra dentro da historia, e pela plastica , tornando ate cenas grosseiras , violentas..em algo muito envolvente , pq naum dizer sensual..
isssooooooo!!!!!!! esse filme eh de uma sensualidade contagiosa! vale a pena !parabens pelos comentarios, detalhes de produçaõ, pois realmente nada nele era pop…a começar pela trilah sonora
As pessoas ultimamente tem desrespeitado minhas referências na infância e adolescência… Depois de Turma da Mônica adolescentes em versão mangá agora com Lost Boys 2 foi o golpe que faltava na frágil aura da aurora da minha vida (piegas e tosco eu sei). Pelo menos você vieram no resgate com essa matéria ótima sobre o filme que fez gostar de vampiros. 😀
eu tenho esse DVD original aqui e mcasa e nao me arrependo de tê-lo. Esto uadorando a sua coluna JR, pq eu posso v^-ela em partes esperando carregar cada um dos vídeos rsrsrs. Brincadeiras a parte, to gostando do estilo nostálgico que vc aborda. Parabéns !
“Se há algo que eu odeio em San Martin são esses malditos vampiros!” Vovô
Corrigindo o Guedes, a cidade é a fictícia Santa Carla.
É, isso mesmo! Santa Carla!hehehe
ultimamente estou facisnada com esse filme. eu tenho 20 anos, e toda vez que passava na sessão da tarde eu assistia… eu adoro esse filme e os atores também…