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O Exótico Hotel Marigold

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O olhar curioso sobre uma cultura distinta e peculiar sempre um prato cheio para a literatura, o cinema e o teatro. A cultura do outro pode ser o pivô da trama ou servir apenas como pano de fundo dando um sabor a mais à história contada. Porém, essa abordagem do supostamente exótico pode ser uma perigosa armadilha, pois sempre existe o risco de, intencionalmente ou não, a coisa resvalar no estereótipo.

Infelizmente é o que ocorre em O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel/UK/2012) de John Madden, diretor de Sua Majestade, Mrs Brown, e do oscarizado e superestimado Shakespeare Apaixonado.

Na trama, um grupo de ingleses da “melhor idade” ruma, por motivos diferentes um do outro, para um hotel na Índia, que pela propaganda do site parece ser um verdadeiro paraíso na terra destinado a idosos. Devido a problemas com a conexão aérea já em território indiano, o grupo que a principio não se conhece embarca em uma viagem “alternativa” para alcançar o quanto antes o paraíso, que se mostra um pouco diferente do que fora anunciado. O elenco é estelar: temos como protagonista a dama Judi Dench, que não brilha mais porque o papel não exige, Tom Wilkinson (Batman Begins e Rock’n Rolla) e Bill Nighy (Jardineiro Fiel e Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1) fazendo o melhor dentro de personagens ordinários. A melhor em cena é sem dúvida Meg Smith, que imprime sua imponência e domínio de cena à racista e xenófoba Muriel.

Apesar de ter uma boa premissa, essa adaptação do romance These Foolish Things de Débora Moggach está muito aquém tanto do elenco, quanto do mote. Por mais que seja irresistível mostrar a Índia dos camelos e elefantes na rua, trãnsito louco, pessoas pobres e saltitantes cercando turistas europeus, há de se tomar muito cuidado para não ficar preso a isso. Falta também uma motivação mais forte aos personagens para estarem ali, poderiam ir simplesmente para a Ilha de Wight, por exemplo. Muito mais perto e bem menos penoso.

Os conflitos internos e externos que os personagens enfrentam são banais, temos ali todas as velhas caricaturas relacionadas à faixa etária retratada, como o coroa assanhado, a vovó liberal, o casal em crise, coisas que um roteirista como Woody Allen aborda com brilhantismo, mas aqui é abordado de forma a expor toda a trivialidade. Há também um casal jovem vivido, por Dev Patel (aqui praticamente repetindo seu Jamall de Quem Quer Ser Um Milionário) e Tena Desae, completamente dispensável, talvez a única justificativa seria gerar empatia com um público mais jovem, uma vez que os personagens principais são todos seniors.

Em suma, por mais despretensioso que possa ser, O Exótico Hotel Marigot deixa a desejar tanto na porção drama como na porção comédia, justamente os dois gêneros em que os ingleses são praticamente imbatíveis. Com exceção das atuações de Meg Smith e Judi Dench e da bela fotografia de Ben Davis (Kick Ass) não há muito que se justifiquem os longos 124 minutos de projeção.

[xrr rating=2/5]

  • Gostei imensamente do filme! Um elenco de peso e super entrosado, no qual o humor e o drama se alternam sem grandes doses de pieguice, para contar com leveza uma história humana e de fácil identificação com o público. Vale à pena!

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