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Ray: Uma jornada musical entre a luz e a escuridão

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Em meio à vibrante cena musical norte-americana dos anos 50, surge Ray Charles (Jamie Foxx), um jovem pianista cego e negro que desafia as barreiras da segregação racial e do preconceito para se tornar um ícone da soul music. O filme biográfico dirigido por Taylor Hackford, nos leva em uma jornada emocionante pela vida e obra desse artista genial, traçando um retrato honesto e multifacetado de sua personalidade complexa.

A narrativa não se limita em mostrar os triunfos de Ray. O roteiro conta como foi a sua infância marcada pela pobreza e pelo racismo, testemunhamos a perda da visão aos sete anos de idade e a forma como a música se tornou um refúgio e um caminho para a superação. O roteiro também explora os vícios em drogas e álcool, as relações turbulentas com mulheres e amigos, e a busca incansável pelo sucesso e reconhecimento.

Ray (Idem, EUA – 2004) Jamie Foxx entrega uma performance impecável, capturando a essência de Ray Charles. Sua voz poderosa e expressiva dá vida às canções icônicas do músico, como “Hit the Road Jack” e “What’d I Say”, enquanto sua atuação física e emocional transmite a força interior, a ambição e as fragilidades do músico. Sim é o próprio Jamie que canta e toca as músicas no filme. Com essa atuação ele ganhou o Oscar de Melhor Ator em 2005.

A direção de Hackford é precisa e perspicaz. A câmera captura a energia contagiante das apresentações musicais e a intimidade dos momentos pessoais, criando uma conexão profunda com o espectador. A fotografia em preto e branco, utilizada em flashbacks da infância de Ray, evoca um sentimento de nostalgia e melancolia.

A cinebiografia também destaca a importância do gênero gospel na formação de Ray Charles. As canções religiosas permeiam a narrativa, servindo como fonte de inspiração e força para o músico durante os momentos mais difíceis de sua vida.

Ray não é apenas um filme sobre música, mas também sobre a luta por igualdade racial. Através da história desse artista, a obra explora conflitos políticos e sociais da época.

O longa-metragem é uma cinebiografia imperdível para fãs de música e para qualquer pessoa que se identifique com a história de um homem que superou obstáculos e quebrou barreiras para alcançar seus sonhos.

A excelente trilha sonora, composta pelas canções originais do mestre da soul music, complementa a experiência cinematográfica e nos transporta para a época em que o músico dominava as paradas de sucesso.

Ray celebra o talento de um artista genial e nos convida a refletir sobre a importância da criação artística, da perseverança, da luta por justiça, e como foi grande parte da vida e obra de um dos maiores nomes da música norte-americana.

Ray

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Nota: 9/10 Fantástico
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Sergio Batisteli -

Jornalista apaixonado por rádio, música, cinema e escrever.

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