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A saga Star Wars: analisando filme a filme

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A maior saga do cinema ganha seu sétimo episódio. Star Wars foi concebido por George Lucas inspirado nas cine-séries dos anos 30, 40 e 50 de aventura e ficção científica e sua ideia inicial era que sua saga durasse por tempo indeterminado. Posteriormente restringiu a série a nove filmes, que partiram de um script inicial que veio a ser “Uma Nova Esperança”. Os planos de Lucas eram que, se o filme ao menos se pagasse, ele faria os demais episódios para a TV.

Como todos sabemos, Star Wars foi um fenômeno nas bilheterias e teve um um impacto sem igual na cultura pop, daí ele pôde não apenas realizar os dois filmes subseqüentes da primeira trilogia como ganhou sinal verde para realizar os prólogos (episódios I, II e III) e as sequências (episódios VII, VIII e IX, que depois de muita especulação só foram oficializados após a venda da Lucasfilm para a Disney).

Aproveitando o ensejo do lançamento de “O Despertar da Força”, vamos fazer uma análise filme a filme da saga Star Wars até aqui

Guerra nas Estrelas (1977)

Utilizando-se da tradição da jornada do herói com revestimento inovador, formatada para a geração do quase fim de milênio, e imbuído do espírito dos seriados que eram exibidos nos cinemas nos anos 30 e 40, Guerra nas Estrelas causou impacto na cultura pop com sua metalinguagem (há várias referências a gêneros clássicos do cinema), adrenalina de montanha russa e mensagem otimista em uma época em que o cinema americano mergulhava no niilismo.

Talvez nada disso funcionaria plenamente sem o carisma dos personagens principais, eficientemente desenhados para gerar empatia com o espectador. No campo do design, temos um capítulo a parte. A figura sinistra de Darth Vader, a concepção das naves e veículos, os cenários arrojados legitimam o Oscar ganho nas categorias direção de arte e figurinos.

A edição e a edição sonora também merecem destaque. Junte tudo isso à inesquecível trilha sonora de John Williams e temos um dos filmes de entretenimento mais completos da História do cinema, e aquilo era apenas o começo

Cotação: Muito Bom

O Império Contra Ataca (1980)

Com os personagens devidamente apresentados no filme anterior, sobrou espaço para desenvolvê-los. A regra das continuações consiste em elevar as características do filme original.

Se o original tem ação, coloca-se mais ação. Efeitos especiais? Aperfeiçoe-os e multiplique-os. Nem sempre dá certo, mas em O Império Contra Ataca não só funcionou como tivemos um dos poucos filmes em que a continuação supera o que deu origem. Não só pela ação incessante e efeitos ainda melhores (note que os meteoros estão realmente tridimensionais, ao contrário das pedras opacas do Episódio IV), mas pelo fato da uma trama mais densa, enviesando para o sombrio, com o conceito da força aprofundado no treinamento Jedi de Luke com Yoda reforçando caráter mitológico da história, e da surpreendente revelação de parentesco de Luke com Darth Vader, que atribuiu contornos de tragédia grega à saga. Simplesmente um filme perfeito

Cotação: Épico

O Retorno de Jedi (1983)

Após o apoteótico segundo episódio (quinto na cronologia oficial), esperava-se algo ainda mais sombrio e denso. O banho de água fria veio na forma de “O Retorno de Jedi”, que se inicia com um desfile de animatronics e se desenrola tendo ursinhos guerreiros como personagens-chave do clímax da aventura.

Claramente feito pensando no público infantil, o filme decepcionou os fãs que começaram a acompanhar a saga seis anos antes e já estavam beirando a vida adulta ou vivendo plenamente nela. Os personagens que aprendemos a amar estavam irreconhecivelmente apáticos e (ou) descaracterizados (Han Solo com ciúme de Luke? Come on!).

Mas nem tudo estava perdido naquele script. As pontas soltas são amarradas (embora na maior parte na base do chute) e há o espetacular duelo final entre Luke e Vader. Talvez por ter pontos fortes, muito fortes, o filme escapa do desastre.

Já era um prelúdio do que viria 16 anos depois…

Cotação: Bom

Star Wars: Episódio I: A Ameaça Fantasma (1999)

O anúncio, em 1995, de que George Lucas lançaria o tão sonhado episódio I de sua saga deixou não só os fãs, mas o mundo do cinema em polvorosa. Na incipiente internet, o trailer bateu recordes de acesso. Nunca houve um filme tão esperado. Se fosse bom, já seria difícil compensar tamanha expectativa.

Mas foi ruim. Na verdade regular. Tornou-se ruim frente à ansiedade gerada. O filme fora dirigido por um George Lucas 22 anos afastado da direção e ainda por cima esquizofrênico. Se a intenção era fazer um filme para crianças, qual sentido da complicada trama política? Jar Jar Binks, personagem inteiramente digital criado para ser um alívio cômico, só irrita, virou alvo da ira dos fãs, e se tornou o símbolo do fiasco de qualidade do filme.

Na bilheteria, apesar de tudo,A Ameaça Fantasma teve resultado bastante positivo. O pequeno Anakin Skywalker atua como em uma peça escolar de fim de ano, e mesmo nomes de peso no elenco como Ewan McGregor, Liam Neeson e Terence Stamp parecem não saber bem o que estão fazendo ali.

A pretendida inovação tecnológica de apresentar cenários e sequências inteiramente criados por CGI teve resultado artificial, que se agrava mais ainda quando se assiste ao filme hoje. Se é que há um ponto realmente positivo, há a luta final contra o vilão Darth Maul (excessivamente coreografada, mas bela) e o único ator em cena em uma atuação convincente, Ian McDiarmid, como o senador Palpatine, futuro imperador

Cotação: Ruim

Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones (2002)

A boa notícia na estreia de Episódio II era que o filme é muito melhor do que o antecessor. A má notícia era que estava longe de ser um grande filme.

A demão de tinta no roteiro dada por Johnathan Hale (que roteirizou episódios da série O Jovem Indiana Jones), trouxe um salto qualitativo significante à trama, mas a direção preguiçosa de atores de George Lucas pôs a perder um filme que nas mãos de outro diretor seria quase tão bom quanto os originais.

De quebra vemos o lado guerreiro de Yoda, lutando contra Conde Dookan. O filme inovou sendo o primeiro a ser filmado 100% com câmeras digitais. E só isso

Cotação: Regular

Star Wars Episódio III: A Vingança do Sith (2005)

O terceiro filme da trilogia prequel vinha com o chamariz de mostrar o esperado duelo entre Obi Wan Kenobi e Anakin Skywalker já convertido para o lado negro da força, e claro, sua transformação em Darth Vader.

Tinha tudo para ser um grande filme. Até a direção de Lucas melhorou significativamente em relação aos dois filmes anteriores. Mas era muita coisa para acontecer e as duas horas e vinte minutos (o filme mais longo da franquia) não foram suficientes para um desenvolvimento adequado.

O resultado são sequências de tirar o fôlego – como o resgate de Palpatine no início do filme – se alternando com soluções simplistas, como a própria passagem de Anakin para o lado negro.

No fim o saldo foi positivo e A Vingança do Sith salvou a trilogia próloga do desastre total.

Cotação: Bom

Star Wars: O Despertar da Força (ATUALIZAÇÃO DO TEXTO ORIGINAL)

Depois de trailers promissores, chegou aos cinemas em 16 de dezembro de 2015 “Star Wars: O Despertar da Força”. A princípio uma unanimidade como a volta da magia de Star Wars. Passado o hype, as opiniões se dividiram. Ok, o filme peca pela falta de originalidade e excesso de tributo à Trilogia Clássica. No entanto, foi a melhor forma de se introduzir Star Wars à nova geração. Apesar de alguns problemas, o filme capta muito mais a essência de Star Wars do que a trilogia próloga. Isso é o mais importante.

Cotação: Muito Bom

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