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Schwarzenegger diz que é uma honra voltar a ser o Exterminador do Futuro

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De passagem pelo Rio de Janeiro para participar do Arnold Classic Brasil, um evento para os fãs de fitness, nutrição e competições diversas relacionadas ao fisiculturismo, Arnold Schwarzenegger também esteve na cidade para divulgar “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, o mais recente capítulo da franquia que o tornou mundialmente famoso. Bem humorado, dando um show de simpatia e carisma, o astro divertiu os repórteres e fotógrafos, primeiro durante uma sessão de fotos no Copacabana Palace, e depois uma coletiva que ocorreu no mesmo local, nesta segunda-feira (01/06), onde não fugiu de nenhuma pergunta, especialmente àquelas a respeito de sua idade avançada, que poderiam comprometer suas cenas de ação no filme, e falou um pouco de tudo, até mesmo sobre política.

Questionado sobre como foi trabalhar com Emilia Clarke, a nova Sarah Connor da série, Arnold foi só elogios para a atriz: “Ela é muito conhecida pela série de TV “Game of Thrones” (onde vive uma das principais personagens personagens, Daenerys Targaryen). Acho que ela é a mulher mais sexy do momento e foi ótimo tê-la no filme. O mais complicado foi encontrar alguém que tivesse o mesmo nível de Linda Hamilton (a Sarah Connor original), porque nos dos primeiros filmes do “Exterminador do Futuro” fez um trabalho extraordinário como uma mulher forte. Qualquer outra teria dificuldade em conseguir isso. Eu assisti Emilia após ser contratada praticando as cenas de ação, treinando com armas, fazendo treinamento físico e outras atividades e pude acompanhar sua mudança no seu corpo e em suas habilidades. Fiquei tão impressionado com sua vontade de se dedicar 24 horas por dia para o filme e acho que ela foi uma ótima escolha para interpretar Sarah Connor”, disse Schwarzenegger.

O ator admitiu que teve que fazer uma preparação especial para que seu corpo ficasse tão forte quanto era no primeiro filme para tornar crível atuação sua como uma máquina que envelhece por ser coberta de tecido. Para isso, ele fez exercícios duas vezes por dia. Para Schwarzenegger, é interessante ver que a missão do Exterminador mudou em relação ao filme de 1984, em que agora, ao invés de assassinar pessoas, ele tem que ajudar a raça humana. Arnold também levou os repórteres às gargalhadas quando mostrou o sorriso forçado que seu personagem tem que fazer para ser mais simpático e sociável com os outros ao seu redor, já que ele não entende porque precisa mostrar emoções, e deu até o exemplo de uma cena emotiva com Emilia Clarke, onde ela o abraça. Ele também disse que voltar a fazer o personagem, mesmo depois de três filmes é como “andar de ski ou de bicicleta”, algo que nunca se esquece. O astro destacou que uma das coisas mais difíceis que teve que fazer desde que assumiu o papel foi dar tiros com armas sem poder piscar os olhos, já que robôs não piscam. Schwarzenegger afirmou que o diretor Alan Taylor (de “Thor: O Mundo Sombrio”) ficou impressionado com sua habilidade e que, em nenhum take, ele chegou a piscar.

Schwarzenegger acredita que o domínio das máquinas, que era considerado uma fantasia, algo vindo de uma história de ficção científica em 1984, está se tornando realidade: ” Veja o que está acontecendo. As máquinas estão tomando o controle. Não consigo nem vencer uma partida de xadrez contra o meu iPad! E é no nível médio!”, disse o ator, o que levou a todos caírem na gargalhada.  Para ele, o mundo está bem próximo do que imaginou James Cameron, o diretor dos dois primeiros filmes da série, em que as máquinas se comunicam cada vez mais rápido. O astro também confessou que Cameron assistiu uma primeira versão do novo filme e fez algumas anotações para torná-lo melhor e que gostou do que viu numa outra fase do projeto.

Quanto às filmagens, Schwarzenegger disse que o mais difícil foi filmar cenas num fundo verde, onde seriam mais tarde incluídos os efeitos especiais. Ele deu o exemplo de uma sequência em que teve que segurar um ônibus que está caindo de uma ponte no oceano. Como não havia nada disso de verdade, ele teve que apelar para a sua imaginação. Outra questão para o ator foram as cenas de luta, porque teve que fazê-las num certo momento com uma coberta verde e também não tinha ninguém para enfrentar de verdade. Algo bem diferente do primeiro filme. Tanto que lembrou uma das cenas antológicas do primeiro filme, onde teve que arrebentar o vidro de um carro com um soco, e tomou cuidado com a bomba usada pela equipe de efeitos para essa sequência.

O astro se disse honrado em voltar, não só a fazer o Exterminador do Futuro, como também o terceiro “Conan, o Bárbaro” (que ainda está em pré-produção) e a sequência de “Irmãos Gêmeos”, que deve se chamar “Triplets” (“Trigêmeos”), onde os personagens de Schwarzenegger e Danny DeVito descobrem que tem mais um irmão, que será vivido por Eddie Murphy. “Há muitos projetos vindo por aí e estou muito feliz de fazer parte deles”, afirmou Arnold. Ele também ressaltou que é importante sempre estar em forma durante as filmagens porque, se você estiver sempre se exercitando, o seu corpo se recupera mais rápido caso haja algum problema. Schwarzenegger também lembrou que sua persistência foi necessária para ser bem sucedido, não só no cinema, mas também na política, onde chegou a ser governador da Califórnia, já que, durante toda a sua vida foi desencorajado, primeiro a ser fisiculturista, depois ator e mais tarde, político, por ser austríaco, por causa de seu sotaque, por causa de seu nome quase impronunciável, entre outros motivos. Mas que nunca desistiu. “Eu sempre digo às crianças: Nunca deixe ninguém parar você!”, afirmou o ator, num tom de guru de autoajuda.

No fim da entrevista, Schwarzenegger disse que ama o Rio de Janeiro e lembrou que, após passar uma noite na cidade em 1970, antes de ir para Los Angeles, se apaixonou pelo visual e pela vida noturna que tinha visto. Por isso, escolheu o Rio para ser o local do seu Arnold Classic Brasil. “Eu amo voltar aqui para trabalhar, promover o Arnold Classic, meus filmes, o que for. É um lugar lindo e rico. É por isso que adoro sempre voltar para cá”, disse o ator, que também garantiu que, se fosse um político no Brasil, não faria nada diferente do que fez nos Estados Unidos e que faria tudo para que gostassem dele, o que gerou algumas risadas. Ele elogiou a Copa do Mundo no nosso país e falou sobre o mau resultado da Seleção Brasileira no mundial: “Temos os nossos altos e baixos na vida. Não ficamos sempre no topo. Mas se olharmos para 50 anos atrás, não havia time mais bem sucedido que o brasileiro. Mal posso esperar para ver mais jogos da Seleção, porque acredito que os jogadores farão melhor da próxima vez. Porque, o que importa, é se levantar depois de uma derrota. É isso que torna uma pessoa uma vencedora!”, concluiu o astro, que ganhou aplausos entusiasmados. Hasta la vista, Arnold! Pode voltar sempre que puder.

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