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“Um Novo Despertar” boa metáfora, péssimo desenvolvimento

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Existem filmes que são assustadoramente metafóricos, dentro de seu próprio contexto. É essa a sensação que Um Novo Despertar nos passa quando seu enredo começa a se desenrolar. Protagonizado por um desgastado (em todos os sentidos) Mel Gibson, o filme acompanha a história de Walter Black, um executivo que sofre de profunda depressão, que após ser expulso de casa pela esposa (a eternamente linda Jodie Foster, diretora do longa) e uma fracassada tentativa de suicídio, encontra uma redenção, um tanto pessoal e inusitada, num fantoche de pelúcia, um castor (o The Beaver do título original).

Claro que isso acaba ficando maior que a simplicidade dos termos e acaba reverberando – para o bem e para o mal – por todos a sua volta, principalmente seu filho mais velho, em conflito de identidade.

Gibson, que faz bonito dando vida a dualidade de sua personagem, parece estar incorporando a metáfora de si, em seu infindável inferno astral, dado os problemas com alcoolismo e antisemitismo que se envolveu nos últimos anos (e que o “queimaram” consideravelmente na industria). Talvez em virtude disso a assimilação com o protagonista é imediata. E Foster, com sua pouca experiência como diretora, faz um trabalho bem correto (a introdução inicial de Walter Black é um destaque), com uma previsível atenção especial as atuações de seu elenco. Anton Yelchin, astro em ascensão, é alma da história como o filho atormentado pela sombra do pai e Jennifer Lawrence é um deslumbre, mesmo com uma personagem mal delineada.

Apesar do viés realista da trama, Um Novo Despertar peca no desenvolvimento de sua premissa. O roteiro, de Kyle Killen, começa interessante e vai se desenrolando de forma lamentavelmente preguiçosa, num primeiro momento, sob a armadura da previsibilidade, para depois cair num sentimentalismo cretino. Em determinado momento, o filme não se decide sobre qual foco irá impor sua narrativa, impasse esse que dilui a força de seu desenrolar. Acaba que o filme termina de forma dramática, forçada e sem desenvolver bem a originalidade de sua história.

Antes absorvesse apenas a reticência da vida real atual de seu protagonista…

[xrr rating=2.5/5]

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