E o novo Sailor Moon Crystal?

Assistia Sailor Moon quando era criança mas, antes de conferir este remake, pouco lembrava qual era o enredo e nem como era a parte gráfica do anime. Sobre a série eu sabia duas coisas: eu gostava e eu era a Sailor Júpiter (naquela onda de arquétipos…). Tendo isso em consideração, fui assistir Sailor Moon Crystal com a mente bem aberta pro que o anime quisesse me dizer.
Até o momento, 5 foram os episódios lançados. Abaixo separei o que vi como pontos principais. A relação é de amor-e-ódio.

AVISO: CONTÉM SPOILERS

+ + + | CORES E SCREENS DE INTRODUÇÃO DE CAPÍTULO
Pra mim os pontos principais da série: a introdução de cada capítulo começa com um screen desenhado mais “artesanalmente”, e cores bastante saturadas misturada com tons pastéis.  Eles também estão usando de forma muito inteligente um efeito blur que ressalta as cores e ainda dá um ar ~mágico~ às cenas. Tudo MUITO lindo.

+ + + | MULHERES, FORTES, IRMÃS
A melhor parte da narrativa é que se trata de meninas normais que, no caminho de perceber seu lugar no mundo, aprendem que o valor de cada uma está dentro de si. Os episódios que introduzem as sailors começa mostrando o que os “outros” veem de defeito nelas (nerd demais, forte demais, esquisita-ocultista demais…). Quando a Usagi (Sailor Moon) as conhece, ela consegue perceber algo de lindo e incrível nos pequenos gestos delas.
No momento da luta, elas transformam as fraquezas delas num poder sobrenatural, se descobrem sailors e vencem. Isso tudo sempre apoiando umas as outras.
Em vários cenas o anime deixa um ar fofo de “romance entre amigas”. （っ♡◡♡）っ

– – – | DESENHOS DESFIGURADOS, CORPOS MAGROS DEMAIS, TRANSFORMAÇÃO 3D SAILOR
Há desenhos incríveis (como os corvos no capítulo que apresenta a Sailor Marte ou os cenários do palácio), mas de forma geral, a composição é falha. Os espaços não são muito bem ocupados pelas imagens, parece sempre faltar um elemento que ligue e dê sentido à cena como um todo.
Muitos desenhos são feios como o que se vê, por ex na MARVEL e na DC, com erros desproporcionais de corpo, vindos de idealizações de mulheres magras (magras mesmo, demais). Acho feio que um remake não tenha se dado o trabalho de não reproduzir esses padrões de beleza irreais.
A transformação das sailors agora é 3D. O que seria tudo bem, se fosse um 3D bonito, mas não é.
Em compensação, as cores são lindas e consegue salvar o “momento da transformação”.

– – – | VOZ DA USAGI (SAILOR MOON)
Acho que a única versão lançada até o momento é com o áudio em japonês e legendas em outras línguas. Considerando que a Usagi é a personagem principal e por isso aparece o tempo todo, é muito difícil de assistir um episódio inteiro sem ficar de saco cheio da voz aguda dela.

– – – | HISTÓRIA BOBA MAS BOA PREJUDICADA PELA ANIMAÇÃO
Fui rever os episódios iniciais do Sailor Moon clássico pra saber se a história era a mesma. Sim, é: colegiais superpoderosas protegem/salvam o mundo (na verdade, só a cidade que elas moram) de vilões meio humanos-meio alienígenas. No meio tem romance, tem escola, tem videogame… Enfim, roteiro adolescente (o que não é nenhum problema).
O problema, pra mim, tá na forma de amarrar visualmente a história. Na primeira versão do anime, a história caminha e flui junto com a animação/desenho. Em Sailor Moon Crystal, parece que a prioridade da animação é em haver momentos de destaque para as cores ou para o próprio desenho mais do que em haver coesão com a história e com os personagens. Nesse sentido, uma história além de ser bobinha, fica chata e não prende atenção.

Em geral, é um anime que dá pra assistir, acompanhar e gostar, mas é melhor fazer isso acelerando o episódio e pulando as partes chatas que aparecem pelo caminho.
Se Sailor Moon Crystal vai conseguir criar uma geração de fãs apaixonados como sua versão original, ainda não dá pra saber. O que se sabe é que a série tem recebidos muitas críticas online, o que pode fazer com que a produção “resolva” esses problemas pontuais.

Ainda assim, ainda falta muita história e até o momento é um anime para achar fofo, legal e para muitas meninas se identificarem.
Apoie suas irmãs! Girl Power!