Uma nova polêmica surgiu na internet nos últimos dias quando a Academia Brasileira de Letras (ABL) decidiu incluir a palavra “dorama” em seus dicionários da língua portuguesa. Segundo a Associação Brasileira dos Coreanos (ABC), a inclusão de “dorama” pela ABL é preconceituosa por generalizar produções do leste-asiático.
A nota da ABC afirma que “não é certo generalizar expressões culturais. Cada produção tem suas características, peculiaridades e um público específico. Generalizar é confundir as peculiaridades. É como falar que toda comida nordestina é comida baiana”. A associação argumenta que “dorama” é uma palavra de origem japonesa e não deveria ser usada para se referir a produções de outros países.
A ABL anunciou a inclusão da palavra na última semana, definindo-a como “obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem”. A academia ainda acrescentou que os doramas foram criados no Japão na década de 1950 e se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território.
A decisão da ABL gerou controvérsias entre os brasileiros descendentes de coreanos. O Brasil abriga a maior comunidade coreana fora da Ásia, com cerca de 50 mil pessoas. Ainda que o termo “dorama” seja amplamente utilizado pelos fãs brasileiros das produções audiovisuais do leste-asiático, especialmente as sul-coreanas, a crítica da ABC levanta questões importantes sobre a necessidade de se evitar generalizações culturais e respeitar as peculiaridades das diferentes produções audiovisuais.
Se apropriar e definir questões culturais sempre vai gerar controvérsia.
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