Na última semana livreiros de todo país receberam um e-mail absurdo da distribuidora Superpedido e da Ediouro, o maior grupo editorial do país, email este que comunicava uma nova política para a devolução de livros encalhados. Confira abaixo recortes do email em questão:
Não será necessário enviar os livros fisicamente, mas apenas “a capa, quarta capa e ficha catalográfica (…). O miolo deverá ser descartado. (…) Descarte o miolo do livro. Sugerimos que aproveite para reciclagem, de forma que sua utilização seja totalmente inviabilizada.”
Chega a ser burrice não ter pensado na repercussão da atitude tomada, principalmente neste mundo onde a comunicação está cada vez mais democratizada. Pouco depois do recebimento da mensagem diversos livreiros começaram um burburinho público enquanto outros tantos enviavam respostas indignadas a editora, que ao nesta última terça-feira decidiu voltar a trás com uma nota oficial. O novo comunicado cancelou a medida de inutilização dos livros e aumentou de 60% para 80% o desconto para as livrarias adquirirem os livros encalhados do grupo Ediouro (Agir, Nova Fronteira, Thomas Nelson, PLUGME, Desiderata e Nova Aguilar). Junto também veio uma mea culpa da editora, que tentou justificar a barbárie, dizendo sem citar dados, que diversos países adotam tal política, mas que no Brasil não fazia sentido já que somos um país carente de acesso a leitura.
Sem dúvidas manter estoque de livros encalhados é dispendioso para as livrarias e para a editora, mas para isto existem os saldões e outras políticas comerciais. Por fim existe ainda a possibilidade de doação de tais livros para biblioteca e, já que a própria editora admitiu que vivemos num país carente de livros, não entendo como está atitude já não está sendo tomada.
Hoje é dia do livro – um dia triste para a maioria dos brasileiros.
Olá, meu nome é Estupidez, vulgo Ediouro. Espero que esse saldão alcance a internet, já que aqui não tem nenhuma livraria boa.
Sem comentários. =/
Fiquei revoltado!
Sinto ódio e vergonha.
Isso foi uma atitude típica daqueles que não querem pensar.
"O que vamos fazer com esses livros que ninguém compra?"
"Ahh.. queima tudo.."
É tão difícil assim pensar em uma forma de baixar os preços, ou fazer uma lista de escolas e bibliotecas para fazer doações?
Tem de ter coragem para ser tão burro a esse ponto. É o tipo de coisa que não tem qualquer justificativa, em lugar nenhum!
Sinto-me mal até…