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Pecadores faz potente metáfora do racismo através do sobrenatural

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Se restava alguma dúvida em relação à habilidade e maestria de Ryan Coogler para contar histórias sobre o povo negro, valendo-se de brilhantes metáforas, “Pecadores” chega para consolidar de vez a relevância de um dos cineastas negros mais prestigiados no cinemão atual. O diretor de “Pantera Negra” e “Creed” se une mais uma vez a seu frequente colaborador Michael B. Jordan para empreender uma jornada de afirmação da negritude, discussão sobre racismo e segregação, com inteligência e potência de espetáculo. O que foi visto e elogiado no filme da Marvel Studios de 2018 está intacto na obra que está chegando aos cinemas.

Na trama, Michael B. Jordan interpreta irmãos gêmeos Smoke e Stack que voltam à sua cidade natal no sul profundo dos Estados Unidos com o objetivo de reconstruir a vida e apagar um passado conturbado. Tais acontecimentos, no entanto, recorrentemente os atormenta e quando uma força maligna passa a persegui-los, vêm à tona todos os medos e traumas, justamente quando são obrigando-os a lutar para sobreviver. Por trás desse terror, há lendas e os mitos ameaçadores com que terão de lidar.

Pecadores traz um thriller intenso com elementos sobrenaturais que vão se entranhando em uma história repleta de mistérios, muito bem costurada por Coogler, que também assina o roteiro. Toda a construção dos personagens e esclarecimento da ambientação é feita sem pressa de chegar ao ponto crítico. O diretor sabe que para extrair a tensão necessária, ele precisava alinhavar muito bem aquele universo para torná-lo crível o bastante de forma que surtisse o impacto desejado no terço final.

Coogler filma como um artesão, apoiado na cinematografia impecável de Autumn Durald Arkapaw, fotógrafa de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, e na trilha sonora de Ludwig Göransson em mais um trabalho inspiradíssimo. A cumplicidade do trio é indubitavelmente um dos maiores trunfos do filme, assim como as canções que surgem durante a trama. O melhor da tradição musical negra e da música sulista pontuam a trama, que, embora não se venda como um musical, tem música o suficiente para se caracterizar como tal. E da boa!

A tarefa do papel duplo foi cumprida sem nenhum problema por Michael B. Jordan. Coogler evitou o cliché dos gêmeos de personalidades completamente diferentes, dando a eles apenas leves características que os distinguem. Jordan compreendeu as nuances e acerta o tom pretendido pelo cineasta. Miles Caton também se destaca interpretando o jovem músico Sammie. Outro nome que se sobressai no elenco é Andrene Ward-Hammond. A personagem Ruthie é bem desenhada mas ganha mais força por conta da interpretação da atriz.

“Pecadores” é o tipo do longa que quanto menos você souber a respeito melhor será a experiência na sala de cinema. O desenrolar da trama é ainda mais intrigante quando não se tem ideia de onde irá desembocar. Para emoldurar essa bela construção narrativa, Coogler escolheu câmeras IMAX para filmar, portanto, se em sua cidade há uma sala desse formato, não hesite em escolher. E quem são os tais pecadores do título? A resposta demora bastante a vir, mas quando chega, gera bastante reflexão, ainda mais em tempos em que alguns sustentam a intolerância como argumento.

Pecadores

Pecadores
9 10 0 1
Nota: 9/10 - Fantástico
Nota: 9/10 - Fantástico
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