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“12.12: O Dia” mostra no cinema que a História é cíclica

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Quando estava na escola, aprendi que a Coreia do Sul fazia parte de um grupo chamado de Tigres Asiáticos. Nada mais me foi dito daquele país que foi descrito como uma potência tecnológica em ascensão. Foi só muito depois de sair dos bancos escolares que descobri a complexidade da História sul-coreana – e poderia perguntar aqui se não são todos os países que têm uma História complexa? – e os inimagináveis paralelos com o Brasil. Por exemplo: houve uma tentativa de golpe pelo presidente sul-coreano em 2024 e, concomitante e surpreendentemente, estreou um filme que agora chega aos nossos cinemas sobre outra tentativa de golpe que eu também desconhecia: a de 1979.

Em meados de 1979, o presidente da Coreia do Sul foi assassinado. Menos de quatro meses depois, militares tentaram dar um golpe de estado. O general Lee não aceita assumir o comando da Guarda da Capital, mas depois é persuadido e volta atrás. O general Jeong usa seu poder para prender e perseguir desafetos, com a desculpa de que eles estariam envolvidos em atentados e outros atos terroristas. Mas não são as escolhas e ações individuais dos generais que importam, e eles sequer fazem parte de uma mesma massa golpista. O golpe é dado contra Jeong e, após esse primeiro passo, as decisões são sobre quais brigadas do exército mobilizar para proteger o epicentro do golpe a ala contrarrevolucionária do exército.

Um medo real era que um golpe de estado instigasse uma invasão da Coreia do Norte. Divididas pelo Paralelo 38 desde 1948, as duas Coreias são um retrato perfeito da Guerra Fria. A Guerra da Coreia, que se seguiu à divisão, colocou em solo aparentemente neutro as forças de Estados Unidos, apoiando a Coreia do Sul, e União Soviética, do lado da Coreia do Norte. Em 1953 a guerra terminou sem armistício, mas foi estabelecida uma fronteira que até hoje é fortemente armada.

A presença de um Jeon e um Jeong no filme, com apenas uma letra G de diferença, é suficiente para causar tanto rebuliço mental quanto a leitura de “Cem Anos de Solidão”, com seus incontáveis José Arcadios e Aurelianos.

O thriller político é um subgênero que não encanta a todos os espectadores, mas cria muitos bons filmes, como “Z”, de 1969, também baseado numa história real. Tomando da própria memória e ainda de relatos da época, o diretor Kim Sung-soo tinha um plano em mente:

Minha intenção foi levar o público para aquela noite gelada e carregada de tensão, retratando as escolhas e dilemas das pessoas que vivenciaram esse momento tão significativo

O thriller político também é um subgênero com mínima representatividade feminina. Em “12.12: O Dia”, a única mulher com alguma relevância é a esposa de um dos comandantes, muito preocupada se ele está se alimentando bem.

O subtítulo original do filme foi retirado de um termo cunhado pela imprensa: “primavera de Seul”. Escolhido para representar a Coreia do Sul no Oscar de 2025 – ganho pelo Brasil – e também maior bilheteria do país em sua estreia, “12:12 – O Dia” mostra como a História é cíclica, mas ao mesmo tempo aponta para o fato de que, se nos mobilizarmos, podemos mudar seu rumo.

12.12: O Dia

12.12: O Dia
6 10 0 1
Nota: 6/10 Bom
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