Depois uma pausa em 2024 por conta da turnê do Forfun, a banda Braza anuncia seu retorno.
A som da banda é a mistura da música do Rio de Janeiro com a música jamaicana, jogadas num liquidificador antropofágico que une dub com rock e rap com reggae para forjar uma sonoridade urbana e carioca do século 21, atualizando o que de melhor aconteceu na cultura jovem brasileira dos anos 1990 e 2000.
É como se Black Alien, Planet Hemp e a Nação Zumbi convidassem Damian Marley, Yellowman e Koffee para um rolé na praia, indo da Zona Sul à Zona Norte, até chegarem num baile de Sound System onde onde as frequências graves enchem a rua e a palhetada na guitarra distorcida passei pelas curvas do dancehall, do ragga e do kuduro.
Além de trabalhar esta fusão de sonoridades pan-americanas, o Braza é também cuidadoso com as palavras e por isso um público devotado canta suas canções em uníssono, enquanto dança celebrando a estreita comunicação que artista e audiência estabelecem nos seus shows.
Nesse clima festivo, a banda equilibra seu otimismo rítmico com o engajamento poético das crônicas sociais presentes em suas letras. A partir de uma linguagem marcadamente carioca, o Braza apresenta, entre flows de rap e refrãos de reggaeton, uma lírica de caráter crítico, politizando-se e entregando entretenimento de qualidade ao mesmo tempo.
Nos seus versos, a banda exalta o movimento constante de tudo que se renova e a força interna que encontra em si mesma as possibilidades de ir além, para conseguir levar a vida na cidade desigual.
Com uma exuberante identidade visual, o Braza aposta em cores quentes para afirmar sua brasilidade. Remetendo aos afrossambas, a João Donato e Tom Jobim, a banda dialoga também com a música do Caribe e outras latinidades, para, assim, criar sua estética urbana e litorânea do sul global sem cair na armadilha preparada do clichê tropical.
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