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Com o mais do mesmo, Metallica empolga os fãs no Rock In Rio

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Desde que chegou ao olimpo do rock internacional com o disco homônimo da banda de 1991, mais conhecido como Black Album (Álbum Preto), o Metallica foi acumulando controvérsias ao longo do restante dos anos 90. Em 1996, cinco anos após o lançamento do disco mais famoso, pegou mais leve no peso e apresentou um visual “mauricinho” (para usar uma expressão característica da época) no sucessor “Load”.

Em 2000 comprou briga com fãs que baixavam música de graça na internet via Napster, o programa que mudou a forma de se ter acesso à música e causou dores de cabeça intermináveis aos executivos das grandes gravadoras. Na verdade vários artistas compraram a briga, mas o Metallica, talvez por ter se exposto mais, foi o que ficou taxado como opressor da liberdade de acesso à música.

Depois do episódio, lançaram o disco “St. Anger”, que era uma volta ao som cru e agressivo, e o documentário “Some Kind of Monster”, que trazia uma espécie de terapia de grupo com a banda e tinha até uma lavagem de roupa suja com o ex-integrante Dave Mustaine.

Hoje pode-se dizer que, deitado no berço esplêndido do establishment, o Metallica adotou a postura da maioria dos artistas consagrados: entrar em campo jogando para a torcida. E assim foi o show do último sábado, na segunda noite do Rock in Rio 2015: um mais do mesmo competente. Até porque eles sabem que seu público é conservador, e rejeita qualquer tipo de ousadia ou mudança. Então, para quê mudar no time que está ganhando? Quando o fizeram, a resposta não foi boa.

Basicamente foi o mesmo show visto nas edições de 2011 e 2013 do festival carioca, agora mundial. Iniciou-se com a já tradicional sequência do cemitério, clímax do filme “Três Homens Em Conflito” de Sergio Leone e o imponente tema ‘The Ecstasy of Gold’, da trilha composta por Enio Morricone. A banda abre com ‘Fuel’, do álbum “Reload”, de 1997, seguida de ‘For Whom the Bell Tolls’, do clássico álbum “Ride The Lightning”.

Para não dizer que não houve nenhuma surpresa, no palco foi colocada uma espécie de área mais do que vip onde fãs puderam acompanharam a banda de pertinho, a exemplo do que havia ocorrido na apresentação da banda no Rock in Rio Las Vegas, em maio. O grupo foi selecionado em um sorteio feito pelo fã-clube oficial The Metallica Club.

No setlist, algumas músicas que não costumam ser executadas frequentemente como ‘Whatever I May Roam’ e ‘The Unforgiven’, ambas do Black Album, e, já no bis, ‘Whiskey in the Jar‘, tradicional canção sobre “brodagem” dos pubs irlandeses, transformada em rock pelo Thin Lizzy nos anos setenta e que o Metallica lançou no disco de covers Garage inc. de 1999. A música foi dedicada a Cliff Burton, primeiro baixista da banda, morto em 1986 em um acidente de ônibus.Ele foi substituído por Jason Newsted, que por sua vez fora substituído 15 anos depois pelo atual, Robert Trujillo.

Durante a música ‘Ride The Lightning’ houve um problema técnico que tirou o som do palco para o público por alguns minutos, mas quando solucionado, foi eficientemente seguido de um solo de Kirk Hammett que deu a deixa para ‘The Unforgiven’. Não houve nem pedido de desculpas, apenas uma brincadeira de James Hetfield que perguntou “vocês estão me ouvindo? Eu posso ouvir vocês”. Contornaram o problema como se nada ocorrera.

E se é para fazer a alegria dos fãs, tome hits. Estava praticamente tudo lá: ‘Battery’, ‘Fade To Black’, ‘Sad But True’, ‘One’, ‘Seek and Destroy’, ‘Nothing Else Matter’ e o gran finale com ‘Enter Sandman’. O show do Metallica dá uma lição de profissionalismo, é tecnicamente impecável, mas (talvez por isso mesmo) segue um roteiro previsível e não há espaço para improvisos deixando, para quem já viu outros shows da banda, uma sensação de dèja vu.

Ao fim da apresentação o baterista e líder Lars Ulrich declarou que aquela foi a última apresentação do ano, pois o quarteto entrará em estúdio para gravar o próximo álbum de inéditas a ser laçado no ano que vem. Isso pode significar que a edição de 2017 do Rock In Rio terá o Metallica como atração, pela quarta vez consecutiva.

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