Ouço o folk repleto de alma dos britânicos do Mumford & Sons e sinto ecos dos sumidos Kings Of Leon, banda aclamada por público e crítica há dois anos atrás e que preparou os ouvidos pro ‘som sulista’ – que faz da banda de Marcus Mumford um estilo meio Johnny Cash e Bob Dylan na poesia das letras, no banjo de Winston Marshall e no acordeão de Bem Lovett e no fraseado tão comum lá pelas bandas do Tenesse, que há tantos encanta e atinge.
Sei da qualidade de grupos como Muse e Black Keys, mas este ano nada é mais importante e contundente que o sucesso desses garotos londrinos. O fato de eles colocarem os justins e ladys em seus devidos lugares, na cada vez mais ‘gagá’ – o fato pede um trocadilho-infame – música pop.
Um pouco do muito talento deles só nos faz bem. Foi como disse o Bono Vox quando o U2 lançou All That You Can’t Leave Behind, em 2000: “Nós viemos colocar qualidade na parada pop mundial”. Agora é a vez do Mumford enfiar nos ouvidos e mentes mundo afora essa qualidade.
Este texto passa longe de querer avaliar a incrível performance comercial de Babel, o CD que lançado em setembro, ou seja, em 2 meses, estourou nos EUA e na Europa. Ainda que sua música de trabalho,“I Will Wait” já viesse sendo executada há meses nas rádios europeias . Eles me chamaram atenção quando ouvi “Little Lion Man”– alguém associou esse nome ao Kings ? Eu, sim – e algum tempo depois atentei pra “The Cave’ – duas pérolas tiradas do álbum anterior , “Sigh no More”, de 2009. O curioso é que ao meu ver, este disco já tinha tudo pra estourar , o que veio a acontecer 3 anos depois com ‘Babel”.
Assim é feita a música pop: quatro garotos saídos de um bairro londrino conquistam as paradas de um dia para o outro. Posso lembrar dos Beatles, Stones e tantos outros. As histórias se repetem, mas fazer delas uma fórmula é que os idiotas da indústria musical continuam a pensar que funciona. Nada disso, no fim o que conta ainda é o talento. E isso, o Mumford & Sons tem. Espero vê-los em solo brasileiro em breve. Quem sabe no Rock in Rio 2013?
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