“Rockshow” Mostra Paul McCartney no auge

Quando os Beatles decidiram que não fariam mais shows em turnês, quem sentiu mais a falta dos palcos foi Paul McCartney. Era ele quem queria continuar tocando e empolgando plateias mundo afora (que naqueles meados de anos sessenta era bem menor do que hoje, algo entre E.U.A e Europa; Austrália e Japão de vez em quando entravam no mapa mundi).

Com o fim dos Beatles, Paul não hesitou, montou uma banda, o Wings, e colocou o pé na estrada. Ao que tudo indica, ele montou a banda só para isso. No início, eles viajavam em kombis e faziam shows até em universidades, pois Paul fazia questão de ter a mesma sensação de começo que tivera com os Beatles em Hamburgo. A carreira pós-Beatles do membro mais ativo e longevo do quarteto de Liverpool rendeu inúmeros registros ao vivo, e um dos essenciais, sem dúvida, é “Rockshow”, filme de 1979 que cobre a turnê americana dos Wings de 1976, e chega agora em Blu-ray com remasterização de áudio e vídeo de ponta, pra fã nenhum botar defeito. É a estreia do filme nesse formato, seis anos depois de seu lançamento em DVD.

Wings Over America

Quanto ao conteúdo, não há o que discutir: são duas horas e nove minutos de rock da melhor qualidade e na máxima potência. Aquela era a melhor formação da banda, que contava, além de Paul nos vocais, baixo a piano, Linda McCartney no teclado (ok, ok, até Paul admitiu que só a colocou na banda para tê-la por perto), Danny Lane e Jimmy McCulloch (ambos tinindo) na guitarra e voz e Joe English na bateria. Além deles há também um quarteto de metais de muitíssimo respeito. No setlist, predominância das músicas da banda, petardos como “Venus and Mars”, “Rock Show”, “Jet”, as power ballads “Let Me Roll It” e “Maybe I’m Amazed”. Mas há também espaço para clássicos dos Beatles (todos compostos por Paul, claro) como “Lady Madonna”, “The Long And Widing Road” e “Yesterday”.

É de dar gosto em qualquer roqueiro, seja ou não fã de Beatles ou de Paul McCartney, ver uma banda afiadíssima, em uma performance de pura entrega, sem nenhuma sonegação de energia, vitalidade e sangue. Na flor de seus então 34 aninhos, o ex-Beatle estava cantando como nunca antes (nem depois), com sua voz soando tão poderosa como em estúdio, ou mais. Quem conferiu os show do artista no Brasil no inicio deste ano (o cara virou habitué, já é o quarto ano consecutivo que vem tocar por aqui), infelizmente não ouviu um terço da capacidade vocal exibida neste registro.

Paul McCartney In Concert

“Rockshow” faz jus ao nome, rock com “R” maiúsculo, assim como filmes da mesma época memoráveis do calibre de “Ladies & Gentlemen The Rolling Stones” e “The Song Remains The Same do Led Zeppelin”. Imperdível

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