O show de lançamento do álbum “Desacelerando”, novo trabalho de Rodrigo Santos (leia a crítica aqui), foi convertido em uma grande festa
no Blue Note no Rio de Janeiro. Até porque a data coincidiu com o aniversário do ex-Barão Vermelho. Com participação de amigos parceiros de composição e de palco, Rodrigo promoveu um verdadeiro bailão do rock Brasil na noite da última sexta-feira (05/04).
O show abriu com ‘Um de Nós’, que também é a primeira faixa do novo disco, e dá ênfase às guitarras. Em seguida, duas composições de João Fera (multi-instrumentista músico de apoio dos Paralamas do Sucesso desde 1987, que não pôde comparecer à festa, assim como o amigo Léo Jaime): ‘Mapa do Tesouro‘ e ‘Tanto Faz’. Bastante à vontade, Rodrigo disse que era um prazer estar ali no meio de amigos. Brincou dizendo que o nome do CD “é uma ironia com a pessoa dele”.
A banda é composta por Pedro Augusto no piano, Leonardo Lattavo no violão – filho de Rodrigo, fazendo estreia na banda do pai – Lucas Frainer na bateria e Gustavo Carmadella na guitarra. O primeiro convidado da noite foi Roberto Menescal, que subiu ao palco para uma versão bossanovística de ‘Roxanne’ do The Police. Na sequência, foi a vez do ator Marcelo Serrado numa bela performance de gaita (instrumento em que é perito, embora pouca gente saiba) em ‘Codinome Beija-Flor’.
Depois teve Rodrigo na gaita em ‘Aquarela’ de Toquinho emendada em ‘Easy’ do Commodores e ‘Ela Não Gosta de Mim’ de Léo Jaime. Voltando ao disco novo, a faixa ‘O Meu Juízo’ contou com a participação de Nani Dias, companheiro de Rodrigo na banda cover de Beatles Os Britos, e Léo Ortis no violino. George Israel e Guto Goffi, baterista do Barão, os outros dois “Britos”, se juntaram para uma matadora versão de ‘Back in the U.S.S.R.’ petardo do quarteto de LIverpool do Álbum Branco, com snipet de ‘Papai me Empresta o Carro’ de Rita Lee.
A primeira do Barão na noite foi ‘Bete Balanço’, com George abrilhantando no sax. Rodrigo aproveitou o clima descontraído para apresentar mais uma nova, ‘Juntos de Novo’. A parceria com Frejat, ‘Quando O Amor era Medo’, foi outra nova gravação que foi bem recebida pelo público. Chamou o amigo baterista do Frejat, Marcelinho da Costa, para ‘Nunca Desista do Seu Amor’, faixa do primeiro disco solo que foi regravada para “Desacelerando”.
A partir de ‘Pense Dance’, com presença de Guilherme Schwab, começou o bailão, seguida de ‘Por Que a Gente é Assim’. Uma pausa para o Parabéns, e nada mais apropriado para o momento do que ‘Meus Bons Amigos’, uma das mais consolidadas da fase Frejat.
O ex-RPM Paulo Ricardo subiu no palco para ‘Ponto Fraco’. Lembrou que quinta-feira (dia 4 de abril) seria aniversário do Cazuza e foi a deixa para ‘Ideologia’. ‘Tempo Perdido’ veio a seguir em homenagem ao outro ariano Renato Russo – com quem Paulo, inclusive, já fez dueto com ele em ‘A Cruz e a Espada’ – e puxou coro de ‘Pais e Filhos’. As mais de duas horas de rock foram encerradas com cover do eterno hino internacional do rock, ‘Satisfaction’ dos Rolling Stones, dando espaço para uma jam em que houve snipet de ‘Flores‘ dos Titãs solo de baixo com direito à base de ‘Groove is in the Heart’ do Dee-Lite e palinha de ‘Sossego’, de Tim Maia.
Resumo da ópera (ou melhor, do rock). um tremendo festão. O aniversário era de Rodrigo, mas com certeza a plateia se sentiu presenteada. Que a turnê mantenha esse mesmo astral.
Fotos: Dantas Jr
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