Terceiro Mundo Bom homenageia vanguardas e clássicos do cinema com “Pérolas Irregulares”

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A banda Terceiro Mundo Bom volta no tempo em seu novo clipe, para a faixa “Pérolas Irregulares”. Enquanto o EP auto-intitulado traz um olhar ácido sobre a realidade brasileira atual, o vídeo faz um paralelo com o expressionismo alemão e o surrealismo, estilos cinematográfico vanguardistas do começo do século passado. O resultado é um registro que leva o vocalista Diogo Brandão por diversos pontos do Rio de Janeiro em meio a referências de grandes obras.

Enquanto a música caminha por elementos da música brasileira, com inspirações em movimentos como Tropicália e mangue beat, ao mesmo tempo que a guitarra fuzz remete a Queens of the Stone Age, a letra traz um um lirismo rasgado. Os versos imagéticos agora são acompanhados de cenas e releituras de filmes clássicos, como “O Gabinete do Dr. Caligari” (Robert Wiene, 1920), “Metropolis” (Fritz Lang, 1927), “Um Cão Andaluz” (Luis Buñuel, 1929) e “Nosferatu” (Friedrich Wilhelm Murnau, 1922).

“Pérolas Irregulares” é o segundo clipe da banda. “Terceiro Mundo Bom”, faixa que dá nome ao projeto, ganhou um clima de filme de terror trash com aventura de Sessão da Tarde, também situando essas fantasias pelas ruas do Rio de Janeiro.

Tudo isso para mostrar uma apreciação pelo cinema, além da música, trazendo a vivência de ator do vocalista Diogo Brandão em primeiro plano. Não por acaso, a ideia para o vídeo surgiu em uma de suas aulas na tradicional Escola de Cinema Darcy Ribeiro.

“Esse clipe é uma forma de mostrar o nosso amor pela sétima arte, dialogando com a nossa música. O roteiro veio como um exercício de direção de fotografia, no meu curso de Direção Cinematográfica. A Marcela Miller, amiga e colega de turma, elaborou alguns fragmentos de pequenas cenas e eu e Thiago Castro fizemos o grosso do trabalho, gravando a maioria das cenas somente nós dois. Os editores Gab e Felipe Monteiro, também tiveram papel fundamental no resultado, juntamente com os meus pitacos de diretor e pesquisa de cenas de filmes do período, para enriquecer esteticamente”, explica Diogo. Além dele, a banda é formada também por Marcos Almir (guitarra), Robson Riva (bateria) e Guga Leão (baixo).

O primeiro EP da Terceiro Mundo Bom mostra a versatilidade do conjunto, que destila referências para além do rock e MPB, como o rap e o trip hop. As faixas bem-humoradas vão desde relacionamentos voláteis até amores que surgem no meio de um protesto, oferecendo um olhar novo sobre o Brasil de 2019.

Contando com a produção de Lucas Vasconcellos (guitarrista da formação atual da Legião Urbana, Letuce), o EP conta com a participação de Donatinho, que assina todos os synths e teclados do disco, e Gabriel Ventura (Ventre, Lenine), que toca em duas faixas. Além deles, o álbum conta com arranjos de metais de Vitor Tosta no trombone e Pedro Paulo, do Bloco do Sargento Pimenta.

Ficha técnica

Roteiro: Marcella Miller, Diogo Brandão e Thiago Castro.
Direção de fotografia: Thiago Castro.
Operadores de câmera: Thiago Castro, Victoria Alves e Rejane Neves
Produção: Diogo Brandão e Thiago Castro.
Edição: Gab  e Felipe Monteiro
Produzido por Lucas Vasconcellos e Terceiro Mundo Bom
Gravado por Elton Bozza no estúdio Pavão Preto.
Mixado por Marcio Gama
Masterizado no Sun Room Audio NY/USA

Terceiro Mundo Bom é:
Diogo Brandão: Voz
Marcos Almir: Guitarra
Guga Leão: Baixo
Robson Riva: Bateria
Músicos convidados:
Donatinho: Teclados/synths
Gabriel Ventura: Guitarras

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