31 de agosto de 2011, data que ficará na história para muitos que acompanham o mercado dos quadrinhos. Enfim o novo Universo DC tem seu início. Respostas a muitas perguntas que foram geradas por aí. Novos uniformes? Novas personalidades? Novas tramas e origens? O pré reboot mostrou as faces de muitos dos personagens icônicos da DC Comics e agora poderemos ler as histórias desse digamos renascimento ou como no original Relaunch. A primeira HQ lançada foi a aguardada Justice League#1, que se ocupará, juntamente com Action Comics (aguardem artigo), do passado dos membros da Liga da Justiça, das origens desta continuidade alterada e modificada, com a dupla Geoff Johns (1973) e Jim Lee (1964) a frente do roteiro e da arte respectivamente.
Johns (Crise Infinita) desenvolverá um arco de historias que basicamente narrará a origem da Liga neste novo universo, quando seus membros eram desconhecidos e nem eram chamados de heróis, num “(…)tempo quando o mundo não sabia o que era um super herói.”As primeiras histórias se passarão cinco anos antes da linha temporal atual, contarão como eles se conheceram e se reuniram para confrontar uma grande ameaça mundial. Nessa edição o autor cria uma dinâmica envolvendo três dos super-heróis que estão em alta ultimamente – o Lanterna Verde, Batman e Super-homem.
No melhor estilo hollywoodiano, Johns apresenta Batman perseguindo um estranho inimigo que está espalhando bombas em Gotham, com helicópteros da força policial em sua cola. É notório que Batman é tratado como um fora-da-lei, característica que sempre considerei a melhor para a figura do homem-morcego e que agora será arrebatada para todos os demais super-heróis. A seguir com a ajuda do Lanterna Hal Jordan seguem o rastro do adversário e após um estranho fato (que lógico não vou spoilear) irão associar o mesmo com aquele alien de Metropólis, visto como algo novo e desconhecido: o Superman. O escritor desenvolveu para Hal Jordan um texto de bravatas como nunca se viu antes na historiografia do personagem esmeralda. O cara do anel está tão petulante e engraçadinho, um fanfarrão de primeira, que era inevitável ter uma lição dos outros dois protagonistas: a tirada do Batman com o anel do lanterna é de uma metragem sem igual. Já o Batman está de uma maneira tão circunspecta e séria que lembra a época que Morrisson escrevia, nesse caso, Johns não meteu a colher, não é seu forte trabalhar com a criação de Bob Kane. No caso do Super, restringe às últimas páginas um exibicionismo que desconhecia do bom moço. Em suma, temos uma narrativa que coloca os personagens a frente do enredo, inter-relacionando uma dinâmica de perseguição. E só… Revolução mesmo foi poder comprar a edição no dia de seu lançamento de qualquer lugar do planeta, uma coisa inimaginável.
Por outro lado, Lee expõe sua arte já copiada a exaustão, inúmeras vezes desde a fase dos X-men. Temia-se que o olhar do leitor não encerasse surpresa. Na verdade se supera pela dedicação que deu ao projeto, conduzindo o seu melhor: ângulos e expressões faciais detalhados, os rostos equilibrados em sua estrutura, os cenários trabalhados, diagramação dos diálogos bem fixada, o número de quadros pequeno para impor as tomadas cinematográficas, páginas duplas, tudo está lá, como da época da Image, até mesma as hachuras que incomodam tanto a arte-final de Scot Williams. Mas com esse diferencial: apreço pelos personagens. Vale ainda pelo conjunto de cores que Alex Sinclair interpõe aos desenhos de Lee. Entretanto, parece que Lee esquece que a narrativa se passa cinco anos antes que o resto da linha UDC e desenha os personagens com os uniformes novos. Sério, cinco anos sem variar o uniforme? Para constar veja a capa da Action Comics #1.
Uma introdução digna deste relaunch, entretanto podemos observar que o episódio piloto se converte numa abertura muito rápida para o arco de histórias que virá, esperava mais um pouco da história, está puramente funcional – perseguição, conflito, encontro – sem destacar nenhum aspecto da importância do porquê destes heróis se unirem. Mas vale como um prefácio extenso do que virá, abordando os super-heróis precavidos uns dos outros em um mundo que comumente também não confia neles. Inexperientes, inseguros e até mesmo ingênuos. Aguardemos os próximos números e esperemos que a aposta da DC na ambientação clássica com menos diálogos tome rumo a partir desse breve, digamos: “preview”.
[xrr rating=3,5/5]
Título: Justice League #1
Geoff Jorns(argumento), Jim Lee (arte), Scott Williams (arte-final), Alex Sinclair (cores)
DC Comics, 2011
40 paginas, US$ 3,99
prometo para voces um belo artigo sobre as novas revistas da dc
chamado boca que cospe balas
Amigo Aloísio estarei aguardando, pois já estou me preparando para comprar as edições que sairão amanhã.