Yoshitaka Amano nasceu em 1952 e desde jovem foi fascinado em desenho; atualmente já é extremamente reconhecido por seus trabalhos, entre os quais encontram-se livros ilustrados, como Vampire Hunter D e Sandman: The Dream Hunters (pelo qual ganhou diversos prêmios), animes como Gatchaman (aqui, G-Force) e design de videogames, trabalhando, por exemplo, na arte conceitual do primeiro Final Fantasy.
No mês de julho foi lançado pela Radical Books sua última produção: Mateki: The Magic Flute (Mateki: A Flauta Mágica). O livro é uma adaptação de 128 páginas da ópera de Mozart, Die Zauberflöte, K.620, ou A Flauta Mágica, escrita em 1791. A adaptação, segundo Amano, terá algumas modificações, mas quem conhece sabe: a arte de Amano pode compensar qualquer coisa, seus traços leves e sua pintura fazem o leitor ficar extasiado ao conhecer suas obras.
Quanto à Radical Books, esta é uma editora nova, fundada por Barry Levine, Jesse Berger e o escritor David Elliot com o propósito de fugir do modelo tradicional de quadrinhos de super-heróis, focando-se em histórias de suspense, ação, comédia ou terror. Com o intuito de trazer o melhor da arte e da narrativa para seus livros, a Radical Books no seu curto período de vida já possui projetos com nomes como Warren Ellis (Hotwire), Bryan Edward Hill (Orphan) e, obviamente, Yoshitaka Amano
Com o lançamento de seu livro, Amano faz uma entrevista com o pessoal da Newsarama e nós do Ambrósia traduzimos e estamos mostrando aqui; mas para quem conseguir ler em inglês, sem problemas, deixamos aqui o link para o texto original
Newsarama: A história da Flauta Mágica é bastante famosa. Por que esta história lhe é tão cara a ponto de você adapta-la para o formato de quadrinho?
Yoshitaka Amano: A história em si é bastante conhecida, portanto não acho que seja necessário repeti-la aqui. Na verdade, o que me atraiu mais foi a música que Mozart escreveu. Apesar de eu conhecer a história escrita nos textos, somente o ato de ouvir a música me deu inspiração para construir uma hq que se assemelha a uma seqüência de ballet: sem as palavras, mas com o movimento das imagens.
NW: Qual personagem da história foi mais divertido adaptar?
YA: Eu me diverti criando a Rainha da Noite. Na música, ela soa como algo fora deste mundo, misteriosa e sem forma. Faz-me lembrar de algumas personagens “nou” japoneses, que advêm de um mundo além desta vida. (Nota do editor: Nou ou Noh é uma significante forma de drama japonês sobrevivente do século 14).
NW: Qual seqüência te deu mais trabalho durante sua concepção e ilustração?
YA: Eu não tive nenhuma dificuldade particular ao criar as imagens, mas quando eu penso nisso como uma animação, eu gostaria de transformar isto em um trabalho bastante dinâmico e isto deverá ser desafiador.
NW: Como você disse, Mateki foi baseado na ópera de Mozart. Você lembra de como foi seu primeiro contato com esta peça?
YA: Meu primeiro encontro com A Flauta Mágica não foi com a ópera ou com a música, mas com as roupas utilizadas na ópera, exibidas na casa em que Mozart viveu em Salzburg. Eu nunca tinha visto uma performance da ópera (eu ficava sonolento a maior parte do tempo!), apenas através de alguns DVDs e CDs. A inspiração veio principalmente ouvindo à A Flauta Mágica puramente como música.
NW: Quão fiel você manteve sua adaptação ao plot e às personagens originais da ópera?
YA: Eu a tornei tudo muito simples, eliminei muitas personagens e me prendi a algumas personagens principais e ao conteúdo emocional da ópera.
NW: Você foi capaz de mesclar a clássica ópera ocidental de Mozart com elementos da cultura tradicional japonesa. Quais elementos da sua cultura você inseriu na história?
YA: Como mencionei anteriormente, eu criei a Rainha da Noite com alguns elementos “Nou” e há também alguns elementos espirituais e religiosos que eu quis introduzir através de uma influência “Nou”.
NW: A editora deste trabalho e de sua próxima produção americana é a Radical Books, que é bastante recente. O que a Radical Books lhe oferece que o faz preferi-la às outras editoras com as quais já trabalhou no passado?
YA: Eu fiquei muito impressionado com o entusiasmo de Barry (o fundador da editora) quando eu o conheci há alguns anos, e a Radical Books e sua companhia irmã, a Radical Publishing, estão muito ansiosas e trabalhando ativamente não apenas na área de publicação de livros, mas também estou interessadas em se projetarem em uma ampla variedade de áreas, incluindo filmes, animações, etc.
NW: Quando você tem mais diversão: criando uma galeria de arte, trabalhando no design de personagens para videogames e filmes ou trabalhando em livros ilustrados?
YA: Agora eu estou mais interessado em criar galerias de arte, pois nelas eu posso trabalhar livremente, por minha própria iniciativa. Eu faço principalmente pinturas agora, mas isso faz parte de um esquema maior, um mundo mais amplo de imaginação que pode ser feito em diferentes formatos no futuro.
Sou fã incondicional do Amano, ele é excelente. Conheci justamente por causa do Final Fantasy. Aliás, ele trabalhou na arte conceitual e no desenho dos personagens dos seis primeiros Final Fantasy, não só do I, além de contribuir um pouco também para o VII e o IX. 😀
Fiquei fâ dele pelo dream hunters mesmo…
Eu o conheci no Dream Hunters, mas gostei do resultado e se utrabalho. Vou acompanha-lo mais apartir de agora