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Leitura dramatizada da peça ‘Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo’ no dia 12 de março

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Uma mulher sai em busca de sua individualidade perdida, e procura outras formas de existir em um mundo no qual o ser humano é hiperativo, hiperestimulado e está constantemente cansado. Assim começa a peça ‘Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo’, de Lane Lopes, tema da leitura dramatizada que o grupo Bestas Urbanas vai apresentar, no dia 12 de março, às 19h, no Centro Cultural da Justiça Federal, no Centro, com entrada gratuita. Em junho, a peça completa entrará em temporada, com direção de Francisco Ohana, no mesmo espaço.

O processo de trabalho do Grupo Bestas Urbanas inclui uma série de leituras e performances do texto até a estreia oficial. O primeiro encontro ocorreu no fim de janeiro. A ideia é que o público presente possa participar, se quiser, da criação, improvisando a partir de trechos da peça. A trama começa num dia aparentemente normal, quando Mônica vê sua calcinha escapar do varal e inicia uma corrida insana pelas ruas da cidade atrás de sua fugitiva intimidade. A busca, no entanto, acaba perdendo o sentido e a direção, tornando-se imprevisível, atravessando tempos e espaços diversos e, como num sonho, misturando e recombinando tudo pelo caminho. Entre as inspirações do texto, está a teoria desenvolvida pelo filósofo sul-coreano Byung-chul Han, segundo a qual vivemos na “Sociedade do Cansaço”, que nos diz que devemos alcançar todas as metas possíveis, nos deixando cada vez mais cansados mental e fisicamente.

“Vivendo em uma sociedade que lhe exige alcançar os melhores desempenhos, Mônica encontra, na busca por uma calcinha perdida, maneiras de se livrar de um cotidiano que a sufoca e enclausura”, explica a autora. “É correndo atrás da sua calcinha fugitiva que Mônica inicia um percurso por rostos e situações diversas, dentro de um fluxo que se torna uma investigação sobre o ritmo frenético produzido por uma sociedade adoecida”, acrescenta Lane, que escreveu a peça durante a quarta turma do Núcleo Firjan SESI de Dramaturgia, coordenado por Diogo Liberano, e teve a obra publicada pela Editora Cobogó.

Dramaturgo e diretor do grupo, Francisco Ohana viu na chance de montar ‘Só percebo que estou correndo quando vejo estou caindo’ a oportunidade de dar continuidade à pesquisa artística iniciada em 2018, quando idealizou o espetáculo ‘Bestas Urbanas’, com dramaturgia sua e direção de Andrêas Gatto, peça que acabou batizando o grupo.

“Tenho vontade de estar envolvido e fazer parcerias com autores de uma geração à qual eu pertenço e que me dá oportunidade de viver experiências e encontros artísticos muito importantes, o tempo todo, com seus grupos, em parcerias mais íntimas ou iniciativas como o Núcleo de Dramaturgia, de onde esse texto veio. Há várias ações importantes que têm acontecido no intuito de reunir pessoas em um contexto de cidade, de país, muito adverso à criação. Por isso a vontade de abrir o processo, deixar as pessoas entrarem na criação, romper as barreiras da sala de ensaio”, descreve Francisco Ohana. “O texto de Lane chama a atenção pelo formato vertiginoso: ele não é dividido em cenas, existe um fluxo contínuo que me lembra muito o da ‘Alice no País das Maravilhas’, no qual a personagens cai em buracos e vai mudando de universos muito rapidamente. Tem uma dimensão rítmica e sonora bem marcante, que vamos evidenciar numa montagem em que a música será elemento fundamental”, adianta o diretor.

Ficha Técnica:

Leitura Dramatizada da peça “Só percebo que estou correndo quando estou caindo”
Dramaturgia: Lane Lopes
Direção: Francisco Ohana
Elenco: Davi Arap, Maria Cândida Portugal, Paula Furtado, Ricardo Gaio, Tiago Kempski (Grupo Bestas Urbanas)
Design: Ian Guerra
Iluminação: Gabriel Prieto
Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Vídeo e Fotos: Isaac Pipano e Thaís Mandarino (Apenas Baleia)
Produção: Isadora Krummenauer

Serviço:

Leitura Dramatizada do texto “Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo”
Data: 12 de março, às 19h
Centro Cultural da Justiça Federal: Avenida Rio Branco, 241, Centro. RJ.
Telefone: 3261-2550.
Ingresso: Entrada gratuita
Lotação do teatro: 141 lugares
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

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