A peça Terra em Transe preconiza a situação política atual.
O início se dá com um negro que ao som de atabaques revela sua poesia vinda de um espírito que associo ao que o escritor americano fala do destino dos corpos negros. Ta-Nehisi-Coates na parte de história pessoal da Revista Piauí diz que ser negro é “uma injustiça cósmica, como se a pilhagem de energia escura não estivesse no coração da nossa galáxia”.
Conforme ele ainda, diz ser “o rosto do fundo do poço” o negro da peça Terra em Transe é um poeta, esse seu espírito de reconhecimento vem a convite de um líder populista que tem propostas de favorecer os oprimidos, como aos trabalhadores rurais promete uma reforma agrária.
Ao ser eleito muito similar, os conchavos políticos principalmente aos que tem mais poder como a associação bancada ruralista mostra que o interesse capital e a força de mudança que não seja conservador e tecnocrata mostra que a similaridade com nosso momento atual é decair para uma questão ideológica.
A decepção existe para os de esquerda por causa da corrupção. Isto mostra que a expectativa de alguns que elegeu democraticamente um partido de ideais socialistas caiu na vala comum da política e os interesses, assim como os trabalhadores rurais na peça se decepcionaram o líder populista se alia a bancada ruralista; e na nossa realidade há o MST para mostrar que a história também se faz de forma nômade.
Em “Terra em Transe” o político conservador e tecnocrata está atrás da proteção e segurança em nome de um espírito superior, herdado pelos países que aqui colonizaram. Herdamos o trato vertical que no socialismo fala-se de opressor e oprimido, na peça o poeta negro é a verdade de seu espírito que é governado pelos sem gravatas.
Então ainda que julgada ideológica o momento atual, os engravatados tem a obrigação de seguir a coerência da situação.
A hierarquia não deveria sobre os direitos humanos, mas no serviço público e sua competência.
E que o espírito de poder transcenda à cosmologia do negro, que é poeta e fica dividido entre as melhorias de seu povo e a amizade de longa data com o conservador e tecnocrata. Na adaptação de Diego Gonzales.
–> Leia este artigo na íntegra em EmTeatros
Espetáculo: Terra em Transe
De 5 a 27 de março | Sábados e domingos, às 18h
Texto: Glauber Rocha
Direção e dramaturgia: Diego Gonzalez
Cenário e figurino: Cia. Bará
Iluminação: Ana Ventura
Som e vídeo: Felipe Reis
Sonoplastia: Diego Gonzalez (percussão), Irun Gandolfo (piano)
Músico: Wagner Tibério
Elenco: Alcides Peixe (Fuentes, Tenente e Pastor), Aluado Ramoony (Vieira), Flavio Kage (Camponês e Operário), Irun Gandolfo (Don Porfírio Diaz), Ruan Felipe de Azevedo (O Poeta), Sophia Aloha (Sara)
Duração: 100min
Classificação etária: 16 anos
Ingressos: R$20 (meia:R$10). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa. Não aceita cartão
Sala Arquimedes Ribeiro do Complexo Cultural Funarte São Paulo. End.: Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP
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