GLEE começou como um projeto engraçadinho que jogava luz sobre os marginalizados das high schools americanas. Brincando com os clichês, o programa ganhou muita repercussão (e audiência, com louvor, para a Fox) evocando a cultura Pop com suas reinterpretações do cancioneiro americano, em números musicais bem dirigidos e performáticos.
Em sua perigosa terceira temporada a série, como o esperado, revelou-se muito aquém da proposta que começou, principalmente por ser mais uma caricatura musical do que uma dramaturgia propriamente dita. É o velho caso da estrutura que cai no vício de seu sucesso.
Os números musicais – muito bem produzidos – e o elenco, em sua maioria pronto para estar nos palcos da Broadway, ainda fazem com que o interesse da audiência ainda se mantenha, porém a falta de sustentabilidade dramatúrgica é um problema gritante e externa que o conceito geral da série é bem mais oportunista do que outra coisa que valha. A coisa basicamente se estrutura na ideia de, para um episódio com músicas de Whitney Houston, força-se uma situação de rompimento para justificar determinada canção/número musical; para promover um hit novo de Beyoncé, cria-se uma situação para que uma das mocinhas consiga fazer ser “Run the World”. E por essa aritmética banal que GLEE sobrevive hoje.
Como atração musical isolada, o programa ainda é um barato, mas como conjunto dramático de uma série decente, acaba sendo de uma superficialidade e cretinice gritante. São dois pesos e duas medidas que não justificam sua existência.
bem ninguém hoje em dia sabe o que é originalidade então não chega a ser um surpresa