Clássicos Cinemark: “Bonnie e Clyde” (1967)

Clássicos Cinemark: “Bonnie e Clyde” (1967) – Ambrosia

O Cinema estava mudando no final dos anos 60. Os “velhos” astros perdiam espaço, e abriam lugar para novos intérpretes, novos diretores e novas maneiras de contar histórias. É difícil apontar um filme que marque o início desta nova safra, mas se fosse necessário escolher, “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” seria um forte candidato.
O que Bonnie Parker (Faye Dunaway) e Clyde Barrow (Warren Beatty) fazem? O próprio Clyde responde: “nós roubamos bancos”. Apaixonam-se à primeira vista e vão viver uma vida na contramão da sociedade. Convencem o irmão mais velho de Clyde, Buck (Gene Hackman), e a cunhada Blanche (Estelle Parsons) a se juntarem a eles. Formam um casal sexy (a primeira cena já nos apresenta uma Bonnie nua) e muito, muito perigoso.
Warren Beatty, também produtor da película, ofereceu o papel de Bonnie para sua ex-namorada, Natalie Wood, mas ela o recusou. Entre as outras atrizes que quase foram Bonnie Parker estão Jane Fonda (que não passou no teste de elenco), Shirley MacLaine (irmã de Beatty), Cher (impedida de prosseguir os testes pelo marido Sonny), Tuesday Weld, Ann-Margret (que dançou com Elvis!) e Sue Lyon (a eterna Lolita). Para o papel de Clyde, havia uma única outra opção: Bob Dylan, dono de impressionante semelhança física com o Clyde real.
Não pense que Bonnie e Clyde, os originais, eram tão estilosos. Embora haja alguma fidelidade na caracterização, o figurino tem um toque bastante moderno, e as roupas de Bonnie em especial influenciaram bastante a moda do final dos anos 60. As boinas viraram febre, as saias encompridaram sem perder o charme e o estilo de Bonnie invadiu as ruas.
Influenciado pela Nouvelle Vague Francesa, “Bonnie e Clyde’ quase foi dirigido por um mestre Francês: François Truffaut estava muito interessado no projeto, mas preferiu trabalhar em “Fahrenheit 451”. Jean-Luc Goddard foi convidado para dirigir depois, mas não deu certo. Mesmo assim, preste atenção nas influências da Nouvelle: a maneira de editar, nos cortes rápidos e no eletrizante clímax.
O filme foi um sucesso porque dialogou de forma inédita com a nova geração. Os hippies e críticos da Guerra do Vietnã encontraram na dupla Bonnie e Clyde contestadores do Sistema, desafiadores da ordem vigente, corajosos questionadores dos poderes. Sim, eles roubavam, mas o filme torna esse comportamento justificável com uma única cena: quando eles entram no cinema e o que está sendo exibido é “Caçadoras de Ouro, de 1933”. A música diz “We’re in the Money”. O filme é real e lidava com a situação: no início dos anos 1930, quase ninguém podia esbanjar dinheiro. Cantar “We’re in the Money” é uma ficção. Mas uma ficção que dói para quem não tem nada.
Estelle Parsons, em seu primeiro trabalho no Cinema, ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Foram outras nove indicações, com outra vitória na categoria Melhor Fotografia. Entretanto, o sucesso do filme não pode ser medido apenas por seus prêmios: ousado, inovador, violento, “Bonnie e Clyde” é um dos filmes mais importantes dos anos 60 e, quiçá, de todos os tempos.
“Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” é a atração dos dias 08, 09 e 12 de novembro nas salas Cinemark.

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