Um escritor persa, um desenhista árabe e um editor judeu se uniram para criar este “Paraiso de Zahra“.
A história se passa no Irã, em meio às manifestações que ocorreram após as eleições de 2009 que foram acusadas de fraudulentas.
Mehdi, um jovem que protestava nas ruas, desapareceu e tem tudo para seguir sumido, dado o tumulto e a lei marcial que chegou a vigorar para inibir os protestos.
Os únicos que tentam encontrá-lo incansavelmente são sua mãe e seu irmão, faz uso de seu blog para explorar e entender o vácuo onde Mehdi desapareceu.
Trata-se de uma narrativa, cujo formato está bem adaptado ao meio digital e que lança mão do mesmo recurso multi-linguístico já utilizado por outras HQs como Bludzee.
Mas o grande mérito desta HQ é ser um relato verossímil, de como vão as coisas no Irã. Certamente não é um olhar isento, uma vez que o autor diz ser um iraniano, ou descendente que vive nos EEUU e é ativista dos direitos humanos. Certamente é alguém que se opõe drasticamente ao regime vigente e não vive no Irã, mas deve ter muitas informações privilegiadas, advindas da crescente rede de opositores ao governo iraniano, que fazem uso da internet para expor suas opiniões. Muitos deles blogueiros que poderiam ser o irmão de Mehdi.
Então, nem 1 ano após os violentos protestos, já temos uma narrativa quadrinizada sobre o ocorrido. Pra quem não tem paciência de ler relatos jornalísticos, é uma boa forma de se informar.
A atualização tem sido quase que diária, e a história mal começou.
Se você leu Persépolis e gostou, vale acompanhar.
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