Ambrosia

Thor, um filme à altura do deus da Marvel

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Com a chegada de Thor aos cinemas, finalmente a Marvel trás para seu novo público um pouco da criatividade de Stan Lee e Jack Kirby ao forjarem o universo de seus personagens. Enquanto Homem de Ferro e Hulk, as duas produções originais Marvel Studios até então, mostravam humanos alçados como super-heróis por meio da ciência, Thor apresenta um vasto universo que mistura magia e ficção-científica.

Thor (Chris Hemsworth) como primeiro filho de Odin, Pai de Todos e guardião dos nove reinos (adaptados da mitologia nórdica como nove planetas mantidos em paz por Asgard), está para ascender ao trono quando um grupo de gigantes do gelo quebra o tratado de paz numa missão suicida em busca da fonte do poder de Jotunheim. Raivoso e impulsivo, Thor desobedece as ordens de seu pai e parte para o planeta dos gigantes em busca de respostas, mas acaba desafiando o rei Laufey, que mesmo com a intervenção de Odin declara uma nova guerra que contra Asgard.

Como conseqüência de seus atos imprudentes, Odin bane Thor para Midgard (o planeta que conhecemos como Terra), privando-o de seu poder até que seja digno de empunhar novamente seu martelo Mjolnir, que ao cair no deserto de Novo México atrai a atenção da organização militar SHIELD. Thor por sua vez é encontrado pela astrofisica Jane Foster (Natalie Portman), que apesar de acreditar que trata-se de um lunático que alucina ser um deus nórdico, se vê envolvida com Thor em busca de respostas. Enquanto isso em Asgard, Loki, segundo filho de Odin e conhecido trapaceiro, aproveita o confronto de Thor com seu pai para assumir o trono de Asgard.

Para a maioria das pessoas Thor vai passar como mais um filme blockbuster de super-herói enquanto outras encontrarão estranhamento nessa mistura de deuses com alienígenas brigando numa pequena cidade dos Estados Unidos, mas os fãs do personagem terão no filme de Kenneth Branagh o melhor das aventuras de Thor nos quadrinhos. Mesmo com roteiro de Mark Protosevich e J. Michael Straczynski, o filme utiliza a fórmula mágica do escritor Walter Simonson ao misturar a epopéia de Thor na Terra e em Asgard simultaneamente, ignorando qualquer estranheza de colocar lado a lado fantasia medieval com o mundo contemporâneo.

Porém utilizar a fórmula consagrada de Walter Simonson tem seus contras numa produção cinematográfica. Apresentar toda mitologia do personagem e criar um laço na Terra, a fim de colocar o personagem no filme Os Vingadores, deixa toda relação de Thor com os humanos muito inverosímil. O aspecto de alívio cômico e emocional do trio Natalie Portman, Stellan Skarsgård (Dr. Selvig) e Kat Dennings (Darcy) deixa a desejar não pela falta de talento dos atores, mas pelas piadas rasas e pela pressa do roteiro, que precisaria de uma trilogia – ou um arco em quadrinhos – para realmente funcionar. Mesmo assim este é um problema menor, e não menos ausente em outras produções do gênero, quando olhamos para o brilhante trabalho da equipe em trazer para o cinema um personagem que poderia facilmente cair no ridículo.

Asgard é incrível, grande mérito do desenhista de produção Bo Welch e do diretor de fotografia Haris Zambarloukos, que capturaram e ampliaram a visão de Lee, Kirby e Simonson para a cidade dos deuses. Jotunheim também ficou bem apresentada como o oposto de Asgard, passando a sensação do frio e isolamento da terra dos gigantes da tradição escandinava. Mas ainda é preciso mencionar a figurinista Alexandra Byrne, que conseguiu a proeza de criar uma mistura de indumentária viking e fantasias de super-heróis pouco ridículas, principalmente com o traje do próprio Thor.

E Kenneth Branagh ainda conseguiu trazera presença nobre de Anthony Hopkins como Odin, do ator Colm Feore (quase irreconhecível) como rei Laufey, a brilhante atuação de Tom Hiddleston como Loki, Idris Elba imponente como o guardião Heimdall, e ainda o quarteto de guerreiros Ray Stevenson (Volstagg), Tadanobu Asano (Hogun), Josh Dallas (Fandral) e Jaimie Alexander (Sif). E se isso ainda não lhe convenceu você, espere também por Jeremy Renner como Gavião Arqueiro, Clark Gregg no papel do agente Coulson e claro, Samuel L. Jackson como Nick Fury.

[xrr rating=4/5]

Obrigado Kenneth Branagh!

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Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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