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A desobediência poética de Gringo Carioca numa elegíaca depuração de sentido

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O que  a palavra tem? massa, corpo, densidade, peso, a palavra pode ser leve, ter lisura, querer comer ou ter fissura, a palavra vem por onde? Da parte fonativa da laringe, ela tem fonética e, por que não, cinética? Afinal ela anda desanca autoriza desautoriza. Palavra não anda sozinha vem em grupo em movimentos sociais na pajelança vem em curso das coisas e em seus discursos. Ela pode ser só ou em oração ela pode ser rimada ou ritmada na canção. 
Mas quando botam palavras na boca de gente? Xi, Aí depende!
Palavras hoje obedecem à juízes e não juízos. Palavras viram ruas, à direita ou à esquerda. Palavras sinalizam com slogans eu estou ou sou esta posição.
Mas quero dizer que tudo pode ser seu avesso, a arte da política para arte de nomeação ou classificação, ou difamação. Política e poesia podem se manifestar juntas?
O que uma pode dizer à outra?  São ao mesmo tempo arte do encontro e da expressão?
Vi agora virando sem direção nem à esquerda nem à direita um livro desgovernado indo no sentido único da liberdade desvairada da fantasia da imaginação por que só ela pode delirar ou fazer a lira dos musos e das musas  atravancar o caminho das pedras ou deixa-las pelo caminho quem sabe carregá-las para uma fronte da morada.
Gringo Carioca não bota palavras em pedras, nem muito menos sua poética é feita d’água. Há em seus poemas muitas misturas entre o aquoso e o sólido, não dá para medir sua temperatura, se tá quente ou frio, Seus poemas de variados tamanhos, concentrados ou distraídos, obedecem a fórmula do descompromisso com a certeza ou com a verdade dos fatos. Sim, ele subverte tanto a lógica do mundo e seus valores quanto uma lógica formal do poema, cria nonsenses lindos pelo corpo poético encarnando um mestre desilusionista.
Seu Manifestos e Manifestações ( Editora Patuá) é um livro de poemas com lacunas que as repostas e também as perguntas entram pelo cano. O  que chama a atenção é a desobediência entre atrelar a pergunta à resposta. Taí a bagunça de sentido em fazer algum eixo certo/bonito em seus poemas, que são por sinal faísca dialética, contém sua síntese e antítese.

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