A essa altura do campeonato, qualquer jogo que envolva arremessar projéteis contra estruturas frágeis já nasce com o peso de ser comparado a Angry Birds. Mas Blow It Up não se intimida. Ele reconhece a fórmula, brinca com ela e, surpreendentemente, consegue imprimir personalidade própria.
Sim, a base é conhecida: lançar objetos com diferentes comportamentos físicos para destruir obstáculos e atingir alvos. Mas o que poderia ser apenas mais um clone genérico se revela um jogo com ritmo bem calibrado, dificuldade crescente e obstáculos que não estão ali só para enfeitar — eles fazem sentido dentro da lógica do jogo. Há uma coerência que falta em muitos títulos do gênero.
Outro ponto que merece destaque é o sistema de seleção de fases. Em vez de uma tela estática com botões numerados, Blow It Up propõe uma navegação simples, quase minimalista, mas que funciona bem. A ideia de coletar moedas durante as fases e entregá-las ao guarda que protege o portão dos níveis seguintes é uma adição discreta, mas que dá propósito à coleta e cria uma sensação de progressão mais orgânica. Não é o foco, mas é uma camada que agrega.

O jogo também acerta ao diversificar os tipos de projéteis. Bombas, tiros, objetos com comportamentos distintos — tudo isso contribui para uma jogabilidade que exige mais do jogador do que apenas mira e força. É preciso pensar, testar, adaptar. E é aí que Blow It Up se distancia do déjà vu e começa a construir sua própria identidade.
…nem lembrei de Angry Birds. E isso, convenhamos, é um baita elogio. Blow It Up não reinventa a roda, mas sabe muito bem como fazê-la girar com estilo. É competente, tem intenção e entrega uma experiência que respeita o jogador. Para quem achava que já tinha visto tudo nesse estilo, vale dar uma chance — pode surpreender.












