O universo dos remakes vive de resgatar memórias afetivas, e Bubble Ghost é, sem dúvida, um nome que habita o imaginário de quem viveu os primórdios dos videogames e do MS-DOS. Um jogo que, lá nos anos 80, parecia quase uma experiência sensorial: controlar um fantasminha que sopra uma bolha através de obstáculos delicados, tudo isso com a precisão (ou falta dela) dos mouses de bolinha e teclados duros como pedra.
O remake chega com uma roupagem visual encantadora. Há um cuidado estético evidente, com cenários bem desenhados e uma atmosfera que tenta equilibrar o etéreo com o lúdico. A adição de uma narrativa opcional é um toque interessante — quase como se fossem dois jogos em um: o clássico minimalista e uma nova tentativa de dar profundidade ao sopro do fantasma.

Mas, honestamente? Esse não é pra mim.
A mecânica central continua sendo soprar uma bolha. E por mais que a ambientação tente seduzir, o gameplay permanece monótono. A sensação é de que o jogo se esforça para ser mais do que é, mas não consegue escapar da limitação da sua própria premissa. Talvez nos anos 80 isso fosse revolucionário — uma forma de treinar coordenação motora com periféricos rudimentares. Mas hoje, com tantas possibilidades interativas, o remake parece preso a um passado que não precisava ser revisitado com tanto zelo.
Não é que o jogo seja ruim. É apenas… desnecessário. Um tributo técnico que falha em capturar o espírito lúdico que um remake deveria oferecer. A nostalgia, por si só, não sustenta a diversão. E soprar bolhas, mesmo com história, arte e trilha sonora, continua sendo soprar bolhas.












