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Burkina Faso (África)

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François Moïse Bamba – Burkina Faso

Tradução em cena de Laura Tamiana

Contador de histórias e ator, François Moïse Bamba é da casta dos ferreiros, os mestres do fogo e do ferro. Foi iniciado na arte do conto por seu pai e criado em estreita relação com a tradição da cultura e da arte griot do Burkina Faso. Credita sua formação artística principalmente a Hassane Kouyaté, Habib Dembélé e Jihad Darwiche. Coletou e reescreveu numerosos contos do Burkina Faso, alguns deles dando origem a CD, DVD e livros publicados na França. Foi diretor artístico do festival de contos Yeleen e hoje realiza o Festival Internacional dos Patrimônios Imateriais – transmissão de saberes e fazeres antigos. Suas apresentações são um convite a mergulhar na riqueza das culturas de tradição oral da África do Oeste.

No Brasil, suas apresentações e demais atividades contam com organização e a tradução em cena de Laura Tamiana, com quem trabalha em parceria desde 2017. Artista e produtora brasileira, Laura cria e desenvolve projetos que envolvem as artes visuais, a palavra, a música e as artes do corpo, sempre com o propósito de promover o encontro entre pessoas e contextos, a partir de um viés afetivo e de questões em torno de identidade, pertencimento e memória.

Juntos, os dois artistas criaram Ba-kô Burkina Brasil, uma ponte artística e cultural entre o Brasil e a África do Oeste pela porta do Burkina Faso. Em bambara – uma das línguas do Burkina – “ba-kô” significa ao mesmo tempo “nas costas da mãe” e “na outra margem”, simbolizando o convite para ir ao encontro do outro, à descoberta do mundo, a partir de um lugar de acolhimento e cuidado, já que é nas costas que as mães africanas carregam seus bebês.

Sábado foi inauguração do espaço da Andi Rubstein e recebeu a como bom presságio a importância da oralidade com estes dois artistas descritos acima, com a obra “Contos e Lendas Burkina Faso”.

Acolhidos com uma fogueira e disposição no jardim de sua casa; havia sopa e chá. Bolo no final, momento em que todos calorosos pelas histórias queriam tirar fotos com os artistas! François Möise e a tradutora do francês Laura Tamiana.

A gente se apega ao emissor pela origem da história mas é necessário a tradução.

Era um jogo de gestos de dizer e traduzir que a atenção era simultânea havendo uma crença de que chegaria ao entendimento do idioma francês na expressão graciosa, leve e brincalhona de Fraçois Möise Bamba.

Por isso as histórias e seus chistes se perderam em meio às risadas dissipadas no espaço.
Porém tudo foi simultaneamente traduzido por Laura Tamiana com cadência de quem traz nas costas a vivência.

A vivência foi muito rica sobre questões que podem estar nas próprias perguntas a resposta.

O complicado e o suspeito podem ser um erro de interpretação se precipitada na aparência.

A verdade e a mentira se negociadas podem ser parte de uma coisa só.

E o inferno e o paraíso se distinguem pois um quer satisfação egoísta e o outro quer ver o outro feliz.

Com a lenda do instrumento da história de origem: onde um caçador estava prestes a matar um ser mágico que estava prestes a ter um filho e implorou por misericórdia. Prometendo um instrumento que quando ele quisesse caçar o ajudaria a ter fartura, no que alguns jovens descobriram sobre o tal instrumento mágico que o caçador tinha ganho, foram até um aldeão que fazia instrumentos e pediram-lhe para fabricar um para encantar garotas. E nisso surgiu esse instrumento que pode ter de 6 até 12 cordas e lembra um berimbau com a carcaça bem maior.  A esfera é pra lembrar a Terra, a pele revestida é pra lembrar o céu. Feito de cabaça representa o céu e a terra.

A possibilidade hoje da contação de história só foi possível por causa da audiência.

E natureza e amor são diferentes no princípio mas se um aprende com o outro haverá salvação.

Nota: Excelente – 4 de 5 estrelas

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