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A crescente quinta temporada de “Orange Is The New Black”

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Orange Is The New Black sempre foi marcada por certa irregularidade que não necessariamente atrapalhou o interesse pela diversidade na fauna de presidiárias de Litchfield. Mas foi bem notório o avanço qualitativo nas últimas temporadas, especialmente a quarta (ano passado) que culminou numa rebelião tensa, por causa da morte covarde de Poussey (Samira Wiley), em que a última cena mostrava a latina Daya (Dascha Polanco) com uma arma na mão, apontada para um policial ajoelhado.

A quinta temporada começa exatamente dessa cena, ou seja, de onde a quarta parou, e toda ela se passa no período de 72 horas que dura esse levante.  Os primeiros episódios denotam uma reclamação recorrente dessas séries primeiras da Netflix: a falta de necessidade de 13 episódios (na TV isso se justifica financeiramente, no streaming não!). Até o quinto episódio, parece que a série não chega muito a lugar nenhum, narrando as primeiras horas da rebelião de maneira distraída com suas personagens.

Orange is the New Black

Nada acontece verdadeiramente, a não ser uma crise de consciência estendida de Daya com o estopim da situação. Piper (Taylor Schilling), que há muito deixou de ser a protagonista, a cada temporada intensifica sua insignificância na trama. A partir da metade, a série toma um fôlego surpreendente e as histórias vão se adensando dentro de sua heterogeneidade (marca da série). Muito pelo enfoque que o roteiro dá à personagem de Tasha (Danielle Brooks), que alinha toda a ação extremada, a partir da dor da perda de sua amiga Poussey. Todo o resto da trama gravita em torno disso e suas consequências para com as outras detentas e seus reféns.

Óbvio que uma das características mais fortes da série se manteve e nesse ano encontra seu paroxismo: o uso recorrente de diversidade de tons, ora comédia, ora drama, ora melancolia, ora galhofa. O universo criado é muito hábil em equilibrar esses tons, dando uma arejada à claustrofobia que um núcleo presidiário possa remeter. No fim, mais uma vez, o último episódio entrega um clímax competente, que vai fazer você roer as unhas pela próxima temporada. Orange Is The New Black demonstra que ainda tem fôlego para mais história (uma temporada) e ainda consegue sair do lugar comum ao humanizar a figura da mulher dentro do sistema prisional norte americana. Há cinco anos…

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