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Festival Medio Y Medio mostra a força da união entre a música do Brasil e da América Latina

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Aconteceu no último final de semana – sexta-feira (9) a domingo (11) – o festival Medio Y Medio, que uniu artistas brasileiros e latino-americanos. A ideia era trazer para o Brasil um pouco do conceito que é visto na matriz que ocorre no Uruguai, em um restaurante que leva o mesmo nome do evento. Por lá são 40 atrações em diferentes espaços, enquanto no Brasil o Circo Voador no Rio de Janeiro abrigou a festa, incluindo alguns petiscos da culinária hermana ao cardápio da lona.

A primeira edição brasileira do festival (o organizador Leandro Quiroga confidenciou à Ambrosia que terá uma segunda) foi inaugurada com o show “Territórios”, em que Maria Gadú recebendo a catalã Sílvia Pérez Cruz e a veterana argentina Liliana Herrero. Em um show essencialmente acústico, houve o auxílio luxuoso do guitarrista violonista argentino Pedro Rossi. Já no sábado, Dani Black recebeu o hermano Mat Alba, em um show bastante animado que agitou a noite fria no Rio enquanto o Circo ia enchendo. Na sequência, Paulinho Moska também se apresentou com o argentino, Kevin Johansen, que também tem nacionalidade estadunidense (é filho de norte-americano e nascido no Alaska).

A dupla iniciou os trabalhos com ‘Tudo Novo de Novo’. Kevin, bem-humorado, pediu desculpas pelo seu portunhol. ‘Anoche Soñe Contigo’ foi a segunda música da noite. “Adoro a sua música, mas essa especialmente”, disse o argentino antes de a dupla iniciar ‘Cheio de Vazio’. Também houve composição de Kevin em inglês, a faixa ‘Waiting for the Sun’ e ‘Oh My Love’.

O clima no palco era de pura diversão entre amigos. Na faixa ’14 Anos’, de Paulinho da Viola, Moska homenageou seu filho, que aniversariava no dia comemorando 14 anos. E, segundo o músico, ele e Kevin fizeram uma aposta e o argentino-estadunidense teria que sambar. Até que não se saiu mal e arrancou aplausos da plateia. O tempo regulamentar se encerrou com ‘La Edad del Cielo’, do uruguaio Jorge Drexler seguida do sucesso ‘Pensando em Você’, de Moska. O público não arredou pé, pedindo mais um. Logo a dupla retornou, executando ‘Um Móbile Furacão’ de Moska. A conclusão do show foi ‘Guacamole’, de Kevin, em que Moska teve que pagar a sua parte da aposta, era sua vez de dançar. Logo em seguida, algumas fãs subiram e fizeram uma festa dançando no palco. E foi com esse ápice do clima festivo que permeou a apresentação que se encerrou a segunda noite de festival.

No terceiro e último dia, Geraldo Azevedo abriu os trabalhos junto com Hugo Fattoruso. O festival foi pensado como uma homenagem a Hermeto Pascoal e seu show seria o ponto alto. Infelizmente, por motivos de saúde, ele não pôde comparecer. Mas a Nave Mãe, como é chamada sua banda, garantiu um show recheado de virtuose e improvisações, com sons extraídos dos instrumentos mais inusitados (como bichinhos de borracha). Mesmo sem a presença do “bruxo”, o último show, que acabou servindo como homenagem, fez jus ao encerramento do festival que mostrou que se adaptou perfeitamente às terras brasileiras, mostrando a força da união entre a música brasileira e dos hermanos latinos.

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