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Rock in Rio 2022 dia 5 Palco Sunset

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Artistas e público sofreram com o calor e o som, que prejudicaram performances já não muito…inspiradas.

A sexta-feira (9 de setembro) foi mais um dia de problemas para quem foi ao Rock in Rio.

Tanto no Palco Sunset quanto no Mundo os problemas foram muitos, mas vamos falar do Sunset.

Nostalgia frustrada

A noite prometia ser uma viagem ao passado e, de alguma forma, foi. Infelizmente, artistas em má forma e sofrendo com problemas no som – que também prejudicaram o público – acabaram frustrando as expectativas.

Isso, sem falar na frustração com as condições da apresentação da headliner Avril Lavigne.

O início dos trabalhos ficou por conta de Di Ferrero (ex-vocalista do NXZero) e do cantor/compositor Vitor Kley.

Com uma banda afiada e uma plateia ávida por se divertir, os dois músicos foram uma das boas “surpresas” do festival.

Com canções como “O sol” e “Razões e emoções”, a dupla

Como já se sabia, as canções obedeceram uma regularidade temática: na maioria absoluta das vezes, versavam sobre relacionamentos – perdas, saudades, amores e outras situações do mesmo campo temático.

Foi o que se viu em canções bastante conhecidas de ambos os artistas, como “Razões e emoções”, “O sol”, “Cedo ou tarde” e “Adrenalizou” – todas cantadas em coro pelo público.

Foi um bom início, mas o som já dava sinais de que não seria suficiente.

Parabéns ao fã que ganhou uma guitarra de Vitor Kley

Jão: homenagem a Cazuza, “palco flutuante” e orquestra

O show do cantor e compositor Jão foi um dos grandes destaques do dia e, quem sabe, do festival.

Fazendo uma homenagem à obra de Cazuza e apresentando alguns sucessos autorais, Jão trouxe uma orquestra de 20 músicos e um “palco flutuante” que elevava os músicos para “outro nível”.

Como não agradar com um repertório que incluía “Codinome Beija-flor”, “O tempo não para”, “Pro dia nascer feliz” e Exagerado”?

Para coroar a apresentação, Lucinha Araujo, mãe de Cazuza, também subiu ao palco.

Uma lembrança de 1985 para esquecer

A ideia era ótima: reunir artistas brasileiros que participaram da primeira edição do festival, em 1985, para relembrar um pouco daqueles dias históricos de estreia do Rock in Rio e algumas novidades.

Porém, o que poderia ter sido uma linda viagem ao passado acabou se tornando um pesadelo.

O calor forte, alguns artistas visivelmente fora de forma e os graves problemas no som – será que deu para ouvir direito pela TV? – acabaram arruinando as apresentações.

Se Alceu Valença foi bem, com sucessos como “Anunciação”, o mesmo não se pode dizer de Pepeu Gomes que, apesar da intacta habilidade na guitarra, mostrou todas as suas deficiências vocais e, mesmo a presença de Andreas Kisser, do Sepultura, não ajudou.

Não ajudou porque o péssimo som deixou tudo embolado, dificultando distinguir o som de cada um dos músicos durante todo o tempo, principalmente no “duelo de guitarras” que fizeram e poucos conseguiram entender.

Já a atual formação da Blitz e Elba Ramalho foram bem melhor em suas respectivas apresentações, apesar do som baixo e sem definição.

Ivan Lins com voz e mensagem antifascismo

Ivan Lins, que na edição de 1985 ficou sem voz logo depois da terceira música de seu set, deu ao público uma experiência bem mais duradoura e agradável.

Um dos maiores compositores da MPB, Ivan se deu o direito de mudar a letra de “Começar de novo” para criticar as ideias fascistas que vez e outra aparecem nas sociedades ao redor do mundo.

A nova versão dizia: “Sem o teu fantasma / Sem a tua moldura / Sem o teu domínio / Sem tuas escoras / Sem o teu fascismo / Sem tuas escórias”.

Uma atitude ousada.

Outro momento de destaque foi a interpretação de Luísa Sonza (acompanhada por Andreas Kisser) para mais uma versão de “Love of my life”, do Queen.

Todos os shows tiveram convidados (Agnes Nunes e Xamã, entre outros), mas eles, sinceramente, fizeram pouca diferença no resultado final das apresentações.

E a Avril Lavigne? Leia no próximo texto.

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