Junho é o mês do orgulho LGBTQI+ e nada mais pertinente do que lembrarmos alguns filmes recentes que abordaram o tema de forma adequada e fazendo crítica assertiva à sociedade preconceituosa na qual (ainda) vivemos.
Confira “9 filmes que são um tapa na cara da LGBTfobia”.
O Segredo de Brokeback Mountain (EUA, 2005)
A história dos dois caubóis que encontram nas montanhas o refúgio onde externam sua verdade é sem dúvida um dos filmes mais relevantes sobre a temática LBTQI+. E o mais lembrado. A comovente atuação de Jake Gyllenhaal, juntamente com o impecável trabalho de Heath Ledger e a direção sensível de Ang Lee, foram a fórmula para que o filme conquistasse relevância perene.
Era franco favorito ao Oscar de 2006, e inexplicavelmente perdeu a estatueta de Melhor Filme para “Crash: No Limite”.
Madame Satã (Brasil, 2002)
A biografia do polêmico transformista brasileiro, figura emblemática e um dos personagens mais representativos da vida noturna e marginal da Lapa carioca na primeira metade do século passado, já havia tido uma livre adaptação para o cinema em 1974, “Rainha Diaba”, com Milton Gonçalves no papel título.
Mas foi no longa de 2002, com direção pujante por Karim Aïnouz, que o personagem ganhou cinebiografia propriamente dita. A atuação de Lázaro Ramos é a gasolina aditivada nesse manifesto de empoderamento LGBTQI+, em uma época em que a comunidade travava uma luta ainda mais dura para ganhar voz.
A Garota Dinamarquesa (EUA/GB, 2015)
O filme cobre a história real de Lili Elbe (Eddie Redmayne) – que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero.
O relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher. Eddie e Alicia e ambos desempenham seus papéis com maestria. Se por um lado temos o marido que se redescobre, por outro temos a esposa que o apoia nessa difícil jornada, apesar de saber da perda e solidão que isso acarreta, E ambos, Lili e Gerda, que são dignos do título deste filme. Leia a crítica
Me Chame Pelo Seu Nome (França/Itália/EUA/Brasil, 2017)
A produção da RT Feature (do brasileiro Rodrigo Teixeira), aborda com sensibilidade e, sobretudo, naturalidade, a descoberta do amor e do sexo homoafetivo.
Adaptação do livro homônimo, “Me Chame Pelo Seu Nome” traz a história de Elio (Timothée Chalamet), filho único da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, que está passando férias na casa de seus pais em uma bela paisagem italiana. O que parecia mais um verão, muda com a chegada do acadêmico Oliver (Armie Hammer), para ajudar a pesquisa de seu pai. Leia a crítica
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Brasil, 2014)
Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego, filho de uma mãe superprotetora conhece Gabriel (Fabio Audi) um jovem recém-chegado à cidade. O contato com o rapaz faz surgir novos sentimentos em Leonardo, fazendo-o descobrir mais sobre si mesmo e sua sexualidade.
Assim como Me Chame Pelo Seu Nome, é um filme que retrata a homossexualidade de forma natural e sutil. E também um tapa na cara da sociedade preconceituosa a qual não poupa em nenhum momento do escárnio. Leia a crítica
Hedwig: Rock, Amor e Traição (EUA, 2001)
É a história de Hansel, que vive na Berlim Ocidental com sonhos de se tornar um astro do rock nos EUA e realizar uma mudança de sexo. Ele enxerga a oportunidade em um belo americano que lhe promete amor, liberdade e a realização dos seus sonhos. O tempo passa e além de a cirurgia ter sido “incompleta”, Hansel (agora Hedwig), no lugar da carreira de sucesso, fica relegada a pubs e pés-sujos pelos EUA. Mas sem perder nem um pouco da atitude de uma autêntica rockstar.
Baseado no musical para os palcos de John Cameron Mitchell, que também protagoniza o filme e assina a direção. Música boa e pesada são o tempero dessa pérola, que poderia até se apropriar do título que o filme “The Song Remains The Same” do Led Zeppelin ganhou no Brasil, “Rock é Rock Mesmo”.
Tinta Bruta (Brasil, 2018)
Com influências de Rainer Werner Fassbinder e Claire Denis, os diretores gaúchos Filipe Matzembacher e Marcio Reolon falam essencialmente de resistência ao contar a história do jovem Pedro (Shico Menegat) que assume o codinome GarotoNeon e passa a realizar performances eróticas na frente da webcam anonimamente transmitidas pela internet, dançando nu na escuridão do seu quarto, coberto apenas por uma tinta fluorescente.
É o escape para continuar vivendo em meio a um processo criminal e à partida da irmã, sua única amiga. Ele descobre que tem um “concorrente” na internet, e os dois se envolvem. Leia a crítica
Com Amor, Simon (EUA, 2017)
Aos 17 anos, Simon Spier (Nick Robinson) leva uma vida aparentemente comum, mas sofre por esconder um grande segredo da família e amigos: sua homossexualidade. E tudo fica mais complicado quando ele se apaixona por um de seus colegas de escola, anônimo, por quem ele troca confidências diariamente pela internet.
O filme ilustra claramente como é ser diferente e não aceito por outras pessoas. Um tema que foi abordado no universo LGBTQ sem cair nas armadilhas do clichê e da afetação, mas é pertinente em vários outros contextos. Leia a crítica
O Jogo da Imitação (EUA, 2014)
É a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos que é estritamente lógico e focado no trabalho, que apesar de sua intransigência, não leva muito tempo para liderar a equipe para quebrar um código de comunicação alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação Enigma em apenas 18 horas, para que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes de serem executadas.
O filme aborda a orientação sexual de Alan, que é perseguido e sofre consequências devido ao preconceito da sociedade. Leia a crítica
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