A desconfiança prévia a cada novo lançamento de uma derivação da franquia “Alien, O Oitavo Passageiro”, desde seu lançamento em 1979, é justificada. Principalmente que o fator aterrorizante que a claustrofóbica visão de Ridley Scott nunca foi realizada a contento. E não é que, 45 anos depois, um diretor latino-americano consegue a façanha de honrar o clássico? “Alien: Romulus” de Fede Álvarez é uma boa surpresa no finzinho da temporada de verão americano, pelo simples fato de saber aglutinar a essência de tensão que se pode explorar na linha tênue entre o suspense e a ficção científica.
O filme se passa entre o primeiro e o segundo longa – “Aliens, O Resgate”, de 1986 (dirigido com pulso firme por James Cameron), e acompanha um grupo de jovens de uma colônia espacial que busca combustível numa estação abandonada e destruída. Já imaginamos que eles se deparam com uma criatura desconhecida e a tragédia que isso se torna.
O uruguaio Fede (que se destacou com “O Homem das Trevas”) além de dar a medida da tensão certa para fazer com que suas duas horas de duração passem correndo (com a construção fotográfica de Galo Olivares), maneja a relação de seus protagonistas, Rain (a ascendente Cailee Spaeny) e o sintético Andy (o excepcional David Jonsson) como um ponto dramático muito bem alinhado à trama. Aliás, Andy é de longe, a melhor coisa de “Alien: Romulus” e quase merecia uma história própria. Esses dois pilares – direção certeira e bons personagens principais – arregimentam o longa de tal forma que suas fragilidades no tocante a premissa básica da história, um tanto derivativa.
Fede ainda presta homenagens aos diretores que fizeram parte do hall dos filmes anteriores da franquia e parece ter se divertido por trás das câmeras; e quando ele se diverte, geralmente, seus filmes resultam mais assustadores. E consequentemente bons.
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