A lenda do Rei Arthur já gerou inúmeros livros, contos, filmes, desenhos e músicas. Nunca houve qualquer prova da existência ou não deste rei guerreiro que, como profetizado, iria unir a Inglaterra após o domínio romano sobre a ilha. Ainda assim, muitos poderiam criar suas versões e contar a sua versão da lenda de Arthur. Em 1981 o diretor John Boorman, que tem grandes filmes da década de 60 à 80, foi colocado para trazer às telas a sua história de Arthur, toda centralizada em sua espada sagrada: Excalibur.
Baseado especificamente no livro “Le Morte d’Arthur” de Sir Thomas Malory, o filme centraliza-se na história por trás da ascenção de Arthur ao papel de rei e tinha um elenco de atores de formação teatral como Patrick Stewart (o capitão Pickard de Jornada nas Estrelas), Liam Neeson, Gabriel Byrne, Nicol Williamson, Helen Mirren e Nigel Terry. Tudo começa em uma batalha em que Uther Pendragon (Gabriel Byrne) invade o castelo de seu adversário transformado neste por Merlin (Nicol Williamson) e toma a esposa deste enquanto o combate ocorre, tudo testemunhado por sua jovem filha Morgana. Alguns meses depois, nasce Arthur, que é levado por Merlin como parte do acordo da vitória de Uther. A outra parte do acordo, envolvendo a espada Excalibur, ainda em posse de Uther, lhe é retirada quando ele é emboscado na floresta quando este é visto como não merecedor do reino. Fugindo de seus perseguidores e em vias de perder a espada sagrada, ele a encrava em uma pedra, morrendo aos pés dela.
A Bretanha volta a ficar sem rei e uma série de candidatos começam a combater pelo direito de tentar arrancar a espada da pedra. Anos se passam, Arthur reaparece, criado por uma família mais simples, e sem ostentar o nome do Pendragon, é apenas o escudeiro de seu irmão de criação, Kay. Um a um os vencedores das justas, sobem o morro até a espada e falham. Quando é a vez de Kay lutar, sua espada é roubada por um moleque e Arthur o persegue pela floresta, chegando até Excalibur. Sentindo-se atraído, ele vai até ela e a arranca da pedra, sem qualquer esforço. Todos que presenciam a cena não acreditam e o forçam a colocar a arma de volta para depois voltar a retirá-la.
Disto surgem novos conflitos entre os senhores feudais, que não aceitam Arthur como rei, contra aqueles que o apoiaram. Após vencer Uryens, seu último adversário e, pela vitória, ser nomeado cavaleiro pelo próprio, Arthur constrói Camelot, uma utopia onde ele e seus cavaleiros se reuniriam para falar de suas aventuras e eventuais missões. Enquanto isso ocorre ele se casa católicamente com Guenevere, apesar de Merlin, que agiu como seu conselheiro a todo tempo, seguir a tradição druídica dos celtas. Ainda por cima, sua meio irmã Morgana (Helen Mirren) trama contra ele e acaba enganando-o para que ele a engravide e dela nasça a ruína de Arthur, Mordred, em um ato de vingança por tudo que Uther fez com seus pais.
Para piorar, Lancelot e Guenevere acabam se apaixonando e esta trai Arthur. Quando descobertos, Arthur encrava a espada ao lado dos dois, ferindo a Bretanha e Merlin por extensão, o colocando em um coma enquanto o reino entra em decadência pois Arthur e Merlin juntos eram o espírito da bretanha. Para piorar, surge Mordred que começa a erguer um exército para destronar e matar Arthur com armas e armadura criadas por Morgana usando magia antiga. Para salvar o reino, somente uma cruzada em busca do Santo Graal.
Vários de seus cavaleiros morrem. Percival consegue encontrar o cálice e o leva até Arthur que se reergue e prepara para o confronto final contra Mordred. Vale assistir a cena abaixo:
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Após isto, ele se encontra com Guenevere, que entrou para um convento, e a perdoa. Após isto, a batalha contra Mordred começa. Quando tudo parecia perdido e Mordred vencedor, surge Lancelot para salvar Arthur e restaurar sua honra antes de morrer. Mordred é morto por Arthur, mas este está ferido demais e prestes a morrer. Arthur então pede a Percival que pegue Excalibur e procure um lago com águas calmas e a arremesse dentro dele. Ele inicialmente se nega, vai até o local, desiste e após a insistência de Arthur, arremessa a espada no lago. Lá, a Dama do Lago, a pega e leva para Avalon, encerrando a história.
A filmagem ocorreu inteiramente na Inglaterra e na Irlanda e usando grandes nomes do teatro, criou uma magnifica, porém um tanto quanto ficcional, visão da vida de Arhtur e seus cavaleiros. John Boorman tem todo o mérito por ter criado este mundo fantástico em meio às trevas que permeavam a Bretanha de Arthur. Filtros nas câmeras, usos de espelhos para refletir cores e brilhos sobre armaduras e armas, criando uma overdose visual ao espectador enquanto os atores poderiam atuar sem se preocupar demais com efeitos especiais, criando um clima de teatro que poucos filmes conseguem ter.
Os truques de teatro agiram bem em prol do filme, que até hoje mantém um status de cult e extremamente bem apreciado pelos aficionados por fantasia medieval, sem contar que é um filme icônico por ser o primeiro filme de Liam Neeson, Gabriel Byrne e Patrick Stewart, todos apenas atores de teatro antes disso. Excalibur é visto por muitos como a mais fiel tradução de “Le Morte d’Arthur” de Sir Thomas Malory para o cinema e do ponto de vista cinematográfico, é uma obra prima.
Filme foda, marcou muito minha adolescência num vhs batidasso. Pena que o CGI matou esse tipo de filme.
Bela matéria, Dib. Assisti este filme num cinema, quando tinha uns nove anos e achei fantástico.