Art of Love , que tmbém teve o o título Simone , é um filme que começa como algo diferente de como termina. É uma história de duas metades. Os primeiros 45 minutos representam uma extravagante jornada de amor, enquanto uma jovem tímida joga um jogo de gato e rato para chamar a atenção de um autor mais velho por quem ela se sente atraída. O restante do filme, com um tom cada vez mais sombrio e um final frustrante, é consideravelmente nada satisfatório.
O filme é apresentado a partir da perspectiva de um escritor anônimo (Esai Morales) que leciona em uma prestigiada universidade porto-riquenha enquanto escreve seus livros. Preso em um casulo de solidão e achando suas rotinas cotidianas vazias e insatisfatórias, o escritor fica entusiasmado ao saber que está sendo observado. Logo, sua admiradora faz contato e os dois se envolvem em um jogo de flerte no qual ele tenta discernir a identidade dela enquanto ela permanece evasiva. Eventualmente, eles se encontram. Ela – uma imigrante chinesa (Kunjue Li) – não é nada do que ele esperava, mas isso não o impede de se apaixonar.
Um impedimento, porém, é que Li Chao é lésbica. O escritor é o primeiro homem por quem ela sentiu alguma coisa e, embora esteja disposta a ter algum nível de atividade física com ele, ela não terá relações sexuais. Isso é frustrante para ele. O maior problema é que seu passado guarda segredos obscuros que envenenaram sua capacidade de ter um relacionamento “normal”. À medida que esses detalhes emergem, o escritor percebe que seus sentimentos (assim como quaisquer outros que ela possa retribuir) podem não ser suficientes.
O roteiro, escrito pela diretora Betty Kaplan, tenta recapturar a qualidade literária e indescritível do romance original. O uso da narração em off é um erro, entretanto, não só deixa de acrescentar muito à história geral, apenas enfatizando a inteligência e o isolamento do escritor, mas as passagens também são tão elitistas que criam uma barreira à simpatia pelo personagem. Ele parece um pedante egocêntrico, então quando ele “sofre”, sua “agonia” tem um sentimento cármico. Li é uma personagem muito mais interessante, mas ela é apresentada através das lentes dele, então não estamos vendo a Li real, mas a ver~sao dele.
O primeiro ato é divertido e sedutor. Li está animada durante seus primeiros encontros e há uma cena maravilhosa em que o escritor, após ouvir uma mensagem telefônica de sua admiradora secreta, fica tonto com a perspectiva de finalmente conhecê-la. O segundo ato do filme, que acompanha o casal desde o primeiro encontro até o inevitável rompimento, é repleto de sexo gráfico.
Os 30 minutos finais do filme são uma tarefa árdua, à medida que a narrativa se transforma em um melodrama bastante genérico quando circunstâncias desagradáveis abortam um caso de amor que ainda não atingiu seu término natural. Sendo este um “filme de arte”, não esperamos um final feliz. Na verdade, tal final de conto de fadas estaria fora de sincronia com o tom geral, mas a última cena coloca uma barreira artificial entre os dois personagens e não lhes permite agir racionalmente.
Kaplan aplica um artifício artístico que, quaisquer que sejam suas intenções, não funciona. Ela emprega animação por computador que pode ter sido inovadora em cutscenes de videogame por volta de 2000 para representar metaforicamente a mudança na dinâmica do relacionamento, na maioria das vezes mostrando avatares do escritor e Li Chao em um barco em mares turbulentos. É uma distração desnecessária e, por ser tão obviamente retrô, é impossível ignorar e não sentir que a compreensão do motivo de sua inclusão pode desvendar algum segredo profundo.
Ao longo de sua longa carreira, que começou com um papel em La Bamba , Esai Morales tem tem sido um ator sólido. Aqui, porém, seu desempenho é irregular, com tendência a exagerar durante algumas cenas do terceiro ato. Sua co-estrela, a menos experiente Kunjue Li, o excede tanto em presença na tela quanto em credibilidade. Caterina Murino () é uma adição bem-vinda ao elenco, embora faça apenas algumas breves aparições.
Apesar de alguns dos problemas que tive com a segunda metade de Art of Love , o filme traz algumas questões secundárias, como a “crise de identidade” sofrida por alguns em Porto Rico, interessantes. Mas o filme não atinge o objetivo de transformar esse caso de amor banal em um romance épico. Seja no roteiro, na direção ou na atuação, Art of Love nunca chega ao nível que o tornaria mais uma experiência do que uma forma de passar algumas horas.
Homenagem póstuma: Peter Rawley (1938-2023)
Peter Rawley, um antigo agente de talentos da ICM que representou Richard Dreyfuss (1947), Richard Gere (1949) e Faye Dunaway (1941) e também foi chefe de produção europeia da MGM e um produtor independente de sucesso, Rawley morreu no dia 03 de janeiro de 2023 em San Juan, Porto Rico, anunciou sua esposa há 33 anos, a cineasta Betty Kaplan, diretora do filme da análise, que Rawley produziu.
Ao criar novas fontes de talento e financiamento, Rawley desempenhou um papel vital na expansão das operações da ICM em todo o mundo, pois ajudou a construir negócios diretamente ou através de afiliadas na China, América Latina, Canadá, França, Itália, Alemanha, Espanha e noutros locais da Europa, muitas vezes para a primeira vez.
Rawley nasceu em 1938 em Londres e obteve seu bacharelado e mestrado pela Universidade de Oxford. Depois de produzir teatro, ingressou na CMA (predecessora da ICM) em 1966, onde se tornou Diretor Geral do escritório de Londres e depois Chefe de Operações Europeias. Em 1972, tornou-se Chefe de Produção da MGM Europa. Mais tarde, ele produziu Ransom , estrelado por Sean Connery. O primeiro filme sobre um sequestro de companhia aérea, mais tarde lançado pela 20th Century Fox como The Terrorist . Então Hollywood ligou. Em 1978, retornou à ICM como vice-presidente executivo e chefe de operações internacionais.
Rawley, que era fluente em espanhol, francês e italiano, e sua esposa, a diretora Kaplan moravam em Porto Rico há uma década e produziam TV e filmes através da Cine Condado Films, incluindo Dona Barbara e Of Love and Shadows. Rawley também lecionava produção cinematográfica na Universidade de Porto Rico, onde desenvolveu um programa de bolsas para jovens cineastas porto-riquenhos frequentarem uma importante escola de cinema por um ano.
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