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Crítica: A banalidade de "Uma Nova Chance Para Amar" já começa pelo nome

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Não basta denotar a escassez de bons papéis para uma determinada faixa etária dos atores na Hollywood. Isso é um fato. Mas resolver essa questão passa pela elaboração de boas histórias, e isso para embocadura de qualquer ator, em qualquer idade.  Uma Nova Chance Para Amar seria o filme perfeito para vermos três grandes atores todos acima dos 50 esbanjarem seus talentos. Não é o caso. É quase até um retrocesso, dada a banalidade do tema. A dor da perda é um dano universal, mas a forma como é tratada (e até encarada) depende de muitos fatores complexos e comportamentais. O filme peca justamente por não injetar nuances na questão. Annette Benning (ótima, como de costume) perde seu marido (Ed Harris), numa viagem de comemoração dos 30 anos de casados. Isso a deixa uma pessoa reclusa na bela casa que ele construiu para eles. Cinco anos depois, ela conhece um homem idêntico ao marido (o próprio Ed) e passa a se relacionar como se para sanar a saudade que ainda sente.

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O elenco principal, que ainda conta com Robin Williams em um de seus últimos trabalhos, com papel um tanto discreto, faz o que pode tentando dar credibilidade a um roteiro superficial. O papel da protagonista é o mais complicado, dada as situações inverossímeis de infantilidade da qual vai construindo a relação com a “cópia” de seu passado. Daí que observamos o quão gritante é a artificialidade do roteiro na construção de seus personagens, e do que fazer com eles. O diretor e corroteirista Arie Posin não se aprofunda em nenhuma vertente que seu filme apresenta, e acaba por resultar num filme genérico e um irritante desperdício de talento desse time de ótimos atores reunidos. Ou seja, não são só papéis que faltam para atores veteranos. Faltam roteiros, diretores e senso de importância.

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