Beatles e Disney fazem parceria para o ‘novo’ Let it Be

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A ‘nova versão’ do filme Let it Be — filme gravado em janeiro de 1969, mas só lançado pelos Beatles em 1970, depois da sua separação oficial — ganhou título e data de lançamento (se o coronavírus não mudar os planos atuais).

The Beatles: Get Back, dirigido por Peter Jackson (O Senhor dos Anéis), chega aos cinemas americanos e canadenses em 4 de setembro.

Disney e Beatles de mãos dadas

Porém, o mais importante dessa notícia é que o filme será distribuído pela Disney. A parceria entre a Apple — a original — e a Disney promete corrigir a maior falha do último lançamento em vídeo sobre a banda — o documentário Eight Days a Week —, que foi a distribuição.

O documentário sobre os anos de turnê da maior banda de todos os tempos teve pouca visibilidade nos cinemas e não foi bem explorado nos serviços de streaming. Com a Disney, esse panorama deve mudar muito.

A empresa deve apostar em uma maior exposição do novo longa nos cinemas de todo o mundo e na sua plataforma de streaming, a Disney+.

Imagens e som restaurados

The Beatles: Get Back” foi compilado usando as mais de 55 horas de filme e 140 horas de áudio gravados em janeiro de 1969. As mesmas imagens e sons usadas como base para o que se tornaram o filme e álbum Let it Be.

As imagens gravadas naquele frio mês de janeiro, e que foram gravadas em 16mm e 35mm, foram restauradas pela mesma equipe que colaborou com Jackson no brilhante documentário sobre a 1ª Guerra Mundial: “They Shall Not Grow Old” (no Brasil, “Eles não Envelhecerão”).

Se a equipe da Nova Zelândia fizer a metade do que fizeram com as imagens de guerra, os fãs dos Beatles terão um documento visual de altíssima qualidade.

Além disso, toda a música usada no filme (estéreo ou não) será mixada pela dupla Giles Martin e Sam Okell —a mesma responsável pelos últimos (re)lançamentos do catálogo da banda — nos estúdios de Abbey Road.

Muitas dúvidas sobre o “novo filme”

Porém, o press release divulgado pela Apple e pela Disney acabou deixando um grande número de dúvidas sem respostas.

Segundo o comunicado, “o filme vai mostrar o calor, a camaradagem e o humor que existiu durante a feitura do álbum Let it Be e a última apresentação do grupo, no icônico concerto no telhado do escritório em Savile Row, em Londres”.

No mesmo release há depoimentos de Paul McCartney e Ringo Starr que vão na mesma direção.

Paul diz: “Estou realmente feliz que o Peter (Jackson) mergulhou nos nossos arquivos para fazer um filme que mostre a verdade sobre como eram os Beatles gravando juntos. A amizade e amor entre nós aparece e me faz lembrar que tempos ‘belamente loucos’ nós tivemos”.

É nessa hora que os fãs ficaram com “a pulga atrás da orelha”.

Embora a imensa maioria das imagens feitas durante o projeto continuem inéditas, praticamente tudo o que foi gravado em áudio já foi divulgado pelos bootleggers (distribuidores de gravações ilegais).

E, quem já se deu ao trabalho de ouvir essas gravações na sua totalidade sabe que a maioria delas é modorrenta e mostra um grupo de músicos desinteressados e de saco cheio uns dos outros.

Claro que há momentos alegres e inspirados, mas eles são poucos e vêm (na sua maioria) de Paul McCartney, o único que realmente parecia se importar com o projeto. Por isso o filme original é triste e mal-humorado, com alguns momentos de risos e alegria (veja o próximo vídeo).

Portanto, ler que o novo filme vai mostrar “a verdade” e “a alegria e amizade” do grupo assusta. Afinal, foram nessas sessões que Paul e George discutiram feio, John e George saíram “na mão” e que George deixou a banda (para voltar alguns dias depois).

Rooftop completo

Outro ponto que não ficou claro é como o concerto do telhado será apresentado. Segundo o comunicado da Apple a apresentação estará completa (42 minutos), mas não disse se fará parte do filme que irá aos cinemas ou se será um extra do DVD;blu-ray. Nem mesmo sabemos se ela será colocada de uma vez ou se as canções serão espalhadas pelo filme, que também não tem uma duração divulgada.

Foram apenas nove números (cinco canções), mas é um dos momentos mais famosos e copiados do rock mundial.

Livro e o “velho” Let it Be

Pra completar o pacote, um novo livro sobre o filme também será lançado (clique no link para encomendar o seu na Amazon) e há a promessa de que o velho Let it Be — dirigido por Michael Lindsay-Hogg — será lançado, embora nenhuma data tenha sido divulgada.

Há rumores sobre uma caixa com CDs de material de áudio “inédito”, mas nada oficialmente confirmado.

Manteremos vocês informados!

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