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“Caça aos Gângsteres” tenta compensar sua mediocridade com sua beleza

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Os filmes de gângster geralmente se configuram num gênero maior (as vezes) do que sua própria existência fílmica.  A estetização precisa ser muito bem justificada para não cai no artificialismo da proposta pura e simples. Em pérolas como Los Angeles: Cidade Proibida e Os Intocáveis essa interlocução dramaturgia/estética foi precisa. No recente Caça aos Gângsteres, o verniz falou mais alto.

Ambientado no pós-guerra em Los Angeles, época em que o famoso letreiro californiano ainda lia HOLLYWOODLAND , o roteiro do iniciante Will Beall traça uma trama que acompanha o gângster Mickey Cohen (Sean Penn, numa caracterização que talvez não o tenha ajudado) e um esquadrão secreto de policiais incorruptíveis instituído pelo chefe de polícia Parker (Nick Nolte), liderado pelo sargento O’Mara (Josh Brolin), e um equipe formada pelo carismático Jerry (Ryan Gosling, protocolar, mas correto) e outros policiais melhor descritos pelos esteriótipos que representam: o durão Coleman (Anthony Mackie), o franco-atirador Max (Robert Patrick), o imigrante mexicano Navidad (Michael Peña) e o especialista em telecomunicações Conway (Giovanni Ribisi). Como todo noir que se preze, ainda conta com uma femme fatale na forma e graça de Emma Stone, interesse romântico de Jerry e estopim da resolução da história.

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Com direção do (até então promissor) Ruben Fleisher (Zumbilândia), o filme se perde dentro de sua própria superficialidade. Além da inexplicável opção gratuita por fazer de seu esquadrão um time de arquétipos, o filme sustenta um roteiro infantilóide, que abusa descaradamente dos piores clichês de filmes noir, principalmente no tocante à estruturação dos acontecimentos (um gangster, um policial honesto, uma mulher misteriosa, um bandido fiel, etc), onde nada sai da cartilha vista em inúmeras produções do gênero. O que resta é uma produção de arte impecável e um trailer promocional dos mais eletrizantes e bem vendidos. Essas poucas qualidades acabam por domesticar nossas retinas. Tanto que mesmo muito ciente das deficiências ditas até aqui, não posso dizer que não me diverti assistindo. Mas também não posso pensar muito sobre o que vi, senão cada vez mais o filme piora…

[xrr rating=2/5]

 

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