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Crítica: "The Rover – A Caçada" tem bom elenco, mas peca pelo ritmo lento

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A Austrália já serviu de locação para vários filmes sobre o que aconteceria se a sociedade como conhecemos entrasse em colapso, seja por uma guerra, pela devastação do meio ambiente, entre outros motivos. Os mais populares são os da série “Mad Max”, que ajudaram a tornar Mel Gibson um grande astro, e que vai ganhar mais uma sequência em 2015, agora com Tom Hardy no papel principal. O país volta a ser retratado como a epítome da desolação, agora pelas lentes do diretor David Michôd. Só que, ao contrário das produções assinadas por George Miller, não há espaço para perseguições alucinantes, nem uma visão fantasiosa ou exagerada para o futuro em “The Rover – A Caçada” (“The Rover”) e, sim, uma preocupação maior em mostrar como uma tragédia global afeta a mente de todos aqueles que perderam algo que dava sentido às suas vidas.

A história começa dez anos após um colapso econômico global (embora não fique claro como ou em que ano tudo aconteceu) e a pobreza impera entre os australianos. Neste cenário caótico, um homem sem nome (Guy Pearce) tem o seu carro roubado por um grupo de bandidos quando faz uma parada numa espécie de bar. Obcecado em pegar o veículo de volta, ele acaba conhecendo Rey (Robert Pattinson), irmão de um dos criminosos, que foi deixado para trás após um roubo mal sucedido. Assim, ele precisa do jovem para chegar até os ladrões. Os dois acabam se tornando parceiros, apesar da resistência do homem, por causa de seu temperamento explosivo e antissocial, em contraste com a ingenuidade do rapaz.

A direção de Michôd tenta dar uma atmosfera crua e caótica para este universo arrasado pela crise, ao mesmo tempo em que tenta fazer o público refletir sobre até que ponto o ser humano pode chegar quando nada mais parece fazer sentido. No entanto, o ritmo demasiadamente lento adotado pelo cineasta pode afastar o espectador das questões que pretende discutir.  Além disso, a divagação dos personagens toma muito tempo da trama, deixando-a um pouco enfadonha. É claro que, quem não se incomodar com isso, pode até ser cativado pelo que é mostrado na tela. Mas vale destacar que as cenas mais violentas são bem realizadas pelo diretor.

O que também valoriza “The Rover – A Caçada” é a entrega de seus astros para viverem a dupla de protagonistas. Guy Pearce mostra veracidade com sua interpretação de um homem que, brutalizado pelo caos que o cerca e sentindo que sua humanidade está desaparecendo, não se intimida com nada que surge diante dos seus olhos, mesmo sabendo que pode não ter chances de vencer seus inimigos. Já Robert Pattinson demonstra que está mesmo disposto a deixar para trás seus tempos apáticos de Edward Cullen, da quadrilogia “Crepúsculo”, e não se incomoda nem mesmo de aparecer com os dentes estragados para ser ainda mais convincente. Seu Rey também tem momentos de fúria, mas tem sinais de retardamento mental e alguma ingenuidade, e Pattinson se sai bem ao mostrar características bem distintas, numa atuação bem mais intensa do que a do “vampiro-purpurina” que o tornou famoso no mundo inteiro. Se continuar nesse caminho, tem tudo para ser respeitado como ator no futuro.

Com um desfecho interessante, “The Rover – A Caçada” é uma boa opção para quem quer ver uma ficção que procura ser mais séria e reflexiva do que um simples passatempo. Afinal, com o mundo em que vivemos, cada vez mais entregue à violência e à barbárie (muitas vezes causadas pela fome e a miséria), esse tipo de futuro mostrado no filme se torna assustadoramente possível e realmente pode acontecer num curtíssimo espaço de  tempo. Resta saber se conseguiremos fazer algo para evitar que isso se torne realidade.

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