De pronto, já se pode atestar que “Deadpool & Wolverine” é um dos filmes mais engraçados do gênero. Mas como diz a música do Frejat “Amor Pra Recomeçar”, talvez rir de tudo seja “desespero”, ainda que isso também, nesse caso, seja seu grande valor.
Terceiro filme da bem sucedida franquia Deadpool (Ryan Reynolds), e co-estrelado pelo personagem que consagrou Hugh Jackman, tem uma trama que se firma mais nessa (bem-sucedida) reunião que qualquer outra coisa.

Ok, existe um fio narrativo ali que é salvar a humanidade de uma ameaça destrutiva de Wade, mas mesmo com o talento latente de Emma Corrin fazendo uma vilã com ligações (inusitadas) em X-Men, tudo resulta sem muito propósito diante do viés fan service, que o filme abraça com tanta propriedade.
A direção de Shawn Levy dá bastante corda para essa relação impulsionar piadas hilárias sobre a Indústria da qual alimenta, ou seja, a própria Disney, a finada FOX, Marvel, DC e (um eufemismo) Hollywood. As participações são bem sacadas (tem uma ligada à DC que é o ponto alto do filme) e os protagonistas estão se divertindo tanto quanto o espectador. Isso ressoa absurdamente na tela.

Dito isso, nem os cinco roteiristas envolvidos na história (dentre eles, o diretor e Reynolds) conseguiram conter o excesso de piadas autorreferentes para inserir ali alguma história. Nada vai para lugar nenhum além da piada. E isso se aplica até a existência de Wolverine na trama e a participação de Morena Baccarin na própria narrativa de Deadpool.
Entretanto, é muito tentador se deixar levar pelo que o filme entrega como puro e simples entretenimento. Isso significa que talvez, para tentar manter algum traço de relevância nesse momento tão desprestigiado, os filmes do gênero tenham mesmo que rir de si mesmo. “Deadpool & Wolverine” nos distrai confirmando essa regra.